CAPÍTULO 04

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PARTE 1 - A Princesa e o CavaleiroCAPÍTULO 4

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PARTE 1 - A Princesa e o Cavaleiro
CAPÍTULO 4

O som da chuva. Amber conseguiu identificar aquele som que se intensificava à medida que voltava à consciência. Ao abrir os olhos com vagareza, a visão da princesa foi preenchida por uma parca luminosidade advinda de um candelabro. Os lençóis que a envolviam eram pesados, porém macios e acolhedores, bem como a cama onde repousava.

Quando se deu conta de que não conhecia aquele lugar, ficou aflita e passou a analisar o ambiente. Parecia uma tenda, era bastante espaçosa e havia pouca mobília: uma mesa com alguns utensílios sobre ela, duas cadeiras e um pequeno móvel ao lado da cama, onde se encontrava o candelabro. Foi capaz de ver também um biombo, que funcionava como um separador de ambientes, e, logo ao lado, peças prateadas e reluzentes de uma armadura, que lhe chamaram atenção.

O último detalhe observado foi um estandarte com o brasão azul-marinho e prata. A insígnia de um escudo atrás de duas espadas cruzadas e a existência de uma armadura no recinto indicava que a tenda poderia pertencer a um cavaleiro.

Porém, antes de mais conclusões, deveria entender por que estava naquele lugar. Seus pensamentos estavam confusos, então começou a angustiar-se. De repente, todos aqueles tecidos em volta de si passaram a causar-lhe desconforto, e em razão disso começou a livrar- se deles. Já com a parte superior do corpo livre dos lençóis, a princesa observou que vestia uma camisola branca de mangas compridas com delicados bordados. Era bonita e confortável, mas ela não reconhecia aquela peça de roupa.

Naquele instante, Amber foi acometida por um pensamento aterrador que a fez sentar- se na cama de maneira abrupta.

— Ai! — exprimiu ela ao sentir uma forte dor em sua têmpora esquerda. Quando levou a mão ao local, notou ali uma bandagem.

— Você não deveria levantar-se de maneira tão descuidada. — Uma voz autoritária retumbou pelo recinto.

Amber sobressaltou-se ao ouvir aquilo, pois não imaginava que poderia haver mais alguém naquele lugar. Ela girou o corpo na direção de onde provinha a voz, às suas costas, e deparou-se com um homem alto e de cabelos compridos e negros, de pé, atrás de uma mesa repleta de papéis espalhados e alguns materiais para escrita.

— Como se sente?

Aturdida, ela recuperou as cobertas e voltou a cobrir a parte de seu corpo que estava exposta. Diante da situação inusitada, não soube como reagir frente àquela presença imponente. Ele tinha um aspecto intimidador, sua postura era rígida e o tom de voz, ameaçador.

Ethan analisou a expressão amedrontada da jovem e o modo como apertava com bastante força os lençóis em torno de si. Não havia como negar que a atual conjuntura na qual ambos se encontravam dava margem a muitas interpretações. Em vista disso, decidiu, antes de tudo, evitar um iminente mal-entendido.

— Senhorita, compreendo quão indecoroso possa parecer uma jovem e um homem, que nem ao menos se conhecem, permanecerem a sós no mesmo recinto. — Ethan sentiu um estranho desconforto por precisar justificar-se daquela maneira, entretanto, apenas ignorou a sensação incômoda e limpou a garganta antes de continuar. — Mas gostaria de esclarecer que sou um cavalheiro e jamais tocaria em uma dama de maneira imprudente.

O Desabrochar da FlorOnde histórias criam vida. Descubra agora