CAPÍTULO 12

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PARTE 1 - A Princesa e o CavaleiroCAPÍTULO 12

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PARTE 1 - A Princesa e o Cavaleiro
CAPÍTULO 12

Após o jantar daquele dia, príncipe Philip chegou ao solar com uma missão a cumprir: ensinar a irmã a dançar. Amber sentiu as emoções ainda afloradas pela competição de mais cedo se misturarem com o atual entusiasmo de aprender algo novo. Philip, por sua vez, estava com o humor oposto ao dela.

Ele havia ficado sabendo dos acontecimentos daquela manhã e passou três quartos de hora repreendendo-a por suas atitudes impensadas, por não considerar as consequências e por causar preocupação. Amber ouviu tudo sem refutar, pois sabia que o irmão tinha razão. Ao final do discurso inflamado, ela prometeu refletir sobre seus atos.

O príncipe não pareceu satisfeito com apenas aquela garantia, mas tinha consciência de que havia feito o que estava a seu alcance no momento. Assim, sem perder mais tempo, ele decidiu dar início a aula de dança. Amber se surpreendeu com a firmeza com a qual seu irmão ensinava, era bastante informação para ela absorver de uma única vez.

Philip era hábil e paciente, além de um excelente parceiro de dança, mas coordenar a posição das mãos, o movimento dos pés de acordo com os passos e no ritmo da música demandava um alto nível de concentração que Amber não sabia se seria capaz de manejar.

— Atenção à postura! Costas retas, ombros para trás e cabeça erguida — o príncipe advertiu enquanto treinavam os passos da dança.

— É difícil ficar assim o tempo inteiro, Phil — queixou-se. — É doloroso também, esses sapatos que você me trouxe machucam meus dedos.

— Não há a mais remota possibilidade de manter sua péssima postura habitual nessa ocasião, Amber. Você é uma princesa, precisa demonstrar a nobreza que seu status requer.

— O que está dizendo? Nós dois sabemos que esse título não significa nada. A quem preciso mostrar algo que não sou?

— Aos convidados do baile.

Amber parou de dançar e olhou para Philip com um profundo vinco entre as sobrancelhas.

— Tudo bem, vamos fazer uma pausa — ele disse, mediante a expressão inquisitiva da irmã.

Os dois buscaram um lugar para se sentar. Amber aproveitou a oportunidade para se livrar dos sapatos apertados que a incomodavam, mas sem esquecer de perguntar a Philip o que quis dizer. Estava preocupada, pois aquela atitude não era do feitio dele.

— Minha irmã, você sabe que faria qualquer coisa para te ver feliz — Philip começou a falar de maneira tranquila, como de costume. — No início, eu fiquei receoso quanto ao plano do Sir Ethan de levá-la embora mediante uma promessa de casamento. Mas eu vejo que não há saída melhor no atual cenário.

— Philip, por que está falando essas coisas? Tem algo acontecendo que eu não saiba?

— Não tem nada acontecendo. — Ele sorriu e apertou sua bochecha direita. — Estou cumprindo meu papel de irmão, isso é tudo.

Amber reclamou sobre não ser mais criança para ter suas bochechas apertadas daquela forma, mas em seguida também sorriu, pois sabia que era apenas seu irmão demonstrando o quanto se importava com ela.

Philip continuou sua explicação do porquê Amber deveria parecer a princesa digna que todos pensam que ela é.

— Com os nobres apoiando seu compromisso com o futuro duque, papai vai ter menos possibilidade de se opor.

— A opinião popular é tão importante assim? — Amber perguntou.

— É de extrema importância! — enfatizou Philip. — Em síntese, é a classe nobre que mantém um rei no poder; perder apoio dos nobres significa perder força, portanto papai não irá contra a opinião deles.

— Mas como você tem certeza de que os nobres nos apoiarão? Sir Ethan não possui boa reputação.

— Cabe a você mudar a opinião pública — disse ele, com um sorriso sugestivo.

Amber se levantou de súbito.

— O que? Como eu faria algo assim?

O príncipe riu da reação da irmã e contou sobre a conversa que teve com Ethan algumas horas antes dele chegar ao Solar. Após deixar Philip a par dos acontecimentos do dia, o cavaleiro expôs o plano que havia arquitetado para impedir qualquer oposição do rei ao casamento.

Segundo Ethan, o fato de Amber ter se aproximado dele, sob o pretexto de cumprir a tradição de uma noiva desejar boa sorte ao noivo, gerou bastante especulação sobre quem seria a jovem capaz de capturar o coração do cavaleiro monstruoso do reino. E isso poderia ser usado a favor deles.

— Está dizendo que minha atitude foi positiva? — Amber inquiriu, arqueando uma sobrancelha, e Philip confirmou. — Então por que me repreendeu por isso em primeiro lugar? — disparou ela, irritada.

— Já falei que estava apenas cumprindo meu papel de irmão — o príncipe tentou justificar. — E apesar de ter sido uma atitude positiva para o plano, mesmo assim foi perigoso.

Contrariada, Amber cruzou os braços frente ao corpo e encarou Philip com os olhos estreitos, porém pouco disposta a seguir discutindo com ele. Apenas perguntou o que ela deveria fazer, segundo o plano de Ethan.

— Você só precisa seguir apoiando ao Sir durante as competições, tal como fez hoje — disse o irmão. — Só tome cuidado para que sua identidade não seja descoberta.

— Tudo bem, posso fazer isso. Mas ainda não entendi qual o resultado desse plano.

— É simples: as pessoas gostam de entretenimento, então daremos isso a elas.

Philip explicou para Amber como ela deveria agir nos próximos dias da Celebração da Vitória. A intenção era fazer com que as pessoas voltassem sua atenção para a relação entre Ethan e a misteriosa jovem a ponto de torcerem por eles. Assim, no momento em que Sir Ethan revelar seu desejo de se casar com a princesa, a comoção cheia de apoio ao casal impediria o rei de recusar a proposta de casamento.

Amber ficou apreensiva no início, pois atrair a atenção de uma grande quantidade de pessoas seria perigoso, mas logo se tranquilizou quando ouviu de Philip que alguns cavaleiros do Segundo Exército agiriam como apoio para que tudo corresse bem. Sendo assim, ela precisaria apenas encenar uma peça junto com Sir Ethan até o dia do baile.

Só de pensar nesse dia decisivo, o coração da princesa batia mais rápido pela ansiedade. Desejava que esse momento chegasse logo para que, enfim, pudesse se afastar da capital, contudo sentia medo de que o plano desse errado. Era difícil manter firme a esperança quando se tinha muita coisa a perder em jogo.

Deixando os pensamentos pessimistas de lado, Amber recolocou os sapatos apertados e puxou o irmão para praticar mais um pouco da dança, pois não queria cometer erros quando estivesse dançando com Ethan.

O Desabrochar da FlorOnde histórias criam vida. Descubra agora