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- SINOPSE -
Um título que de nada lhe servia, um pai que não a reconhecia e um futuro casamento político. Assim era a vida de Amber antes de decidir fugir. Não conseguiu chegar muito longe, mas a pessoa...
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PARTE 1 - A Princesa e o Cavaleiro CAPÍTULO 17
O falatório dentro do salão de baile se tornou ensurdecedor para Amber. Ela desejava sair dali o quanto antes, para longe de tantos olhos e dos diversos tipos de comentários. Para mais longe ainda do rei, que a fulminava com o olhar cheio de ira.
— Que tipo de tolice está proferindo? — o soberano voltou a bradar, ainda mais alto que todas as vozes dos convidados. — Você — ele apontou o dedo para a princesa —, volte imediatamente para o seu lugar.
Amber não se moveu, mas seu corpo inteiro tremia. Era incapaz de se acalmar, mesmo com o contato da mão enluvada de Ethan. Engolindo o nó que havia se formado em sua garganta, ela encarou o rei para mostrar determinação, mas durou pouco e logo voltou a baixar o olhar.
Leonard entendeu a atitude da princesa como uma afronta. Não conseguia acreditar que alguém que sempre viveu como um rato, escondido e recluso do mundo, pudesse enfrentá-lo daquela maneira. Tomado por uma fúria desmedida, deu dois passos largos na direção do casal, mas foi detido por uma mão firme em seu ombro.
— Acalma-se, meu pai — Philip aconselhou quando o impediu de chegar até Amber. — Precisa manter a compostura diante da corte.
— Você sabia de tudo isso? — perguntou o rei com a testa vincada.
— Eu não estava ciente de nada, estou tão surpreso quanto qualquer um aqui — respondeu com cautela. — Mas não podemos perder a razão em um momento como este.
O soberano refletiu por alguns segundos e assentiu, acatando a sensatez do filho, suavizando sua expressão facial. O príncipe herdeiro tentou acalmar os ânimos dos nobres presentes no salão, enquanto Ethan se preocupava em verificar se Amber estava bem.
Toda a confusão do rei vociferando, os nobres se regozijando e Philip tentando manter a ordem foram um choque para a princesa. Ela estava estática, queria sair daquele ambiente, mas não tinha forças, a única coisa que a sustentava de pé era a mão de Ethan.
— Aguente apenas um pouco mais — pediu o comandante, compassivo. — Muito em breve toda essa comoção acabará.
— Não se preocupe comigo, estarei bem — Amber garantiu, respirando fundo.
Aos poucos os ânimos foram se acalmando e o burburinho diminuiu dentro do salão, mas uma forte tensão pairava no ambiente. O rei havia abandonado de vez o bom-humor de antes e demonstrava uma irritação crescente. Alguns nobres não compreendiam a reação do soberano, mas outros compartilhavam da mesma indignação que ele. Um desses nobres era conde Welsh.
— Vossa Majestade, acredito que o comandante do Segundo Exército agiu de má-fé — o conde manifestou seu parecer para todos ouvirem. — Foi enganoso em suas atitudes e palavras.
O nobre ganhou o apoio de alguns homens que estavam ao seu lado, e inclusive o rei acenou em concordância para as suas alegações.
— Conde Welsh, temo que esteja equivocado — rebateu Ethan. — Todos os presentes escutaram Vossa Majestade proclamar em alto e bom som que me concederia qualquer coisa, tendo como única exceção o trono do reino de Ínula.
