Capítulo 2 ✓

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havíamos voltado do jantar, que fora desastroso, já que o clima na mesa havia ficado terrível, a quase meia hora e a meia hora eu conseguia ouvir o choro de minha secretária, vindo do banheiro, já que ela tinha se trancado lá dentro

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havíamos voltado do jantar, que fora desastroso, já que o clima na mesa havia ficado terrível, a quase meia hora e a meia hora eu conseguia ouvir o choro de minha secretária, vindo do banheiro, já que ela tinha se trancado lá dentro.

Eu não sabia o que fazer. Não iria bater na porta e perguntar se estava tudo bem, até porque quando se chora como se a vida tivesse acabado, assim como ela estava fazendo naquele momento, é um bom sinal de que não, nada está bem.

Eu nunca havia lidado com mulheres chorando, ou pessoas, poderia até me considerar insensível, mas eu também nunca chorava. Porque as lágrimas simplesmente pareciam não existir pra mim, então não poderia entender como Giorgia, estava se sentindo.

Sai do quarto dela, onde eu já não conseguia mais ouvir seu choro e segui lentamente no corredor bem iluminado e cheio de portas da casa, com um quase medo de encontrar qualquer pessoa da família de Giorgia por ali. Desci as escadas, meus passos sendo abafados pelas meias cinzas e grossas nos meus pés e me levei até a cozinha, onde encontrei o casal de amigos de senhorita McCurty.

— E aí, cara? Perdido? - Eles estavam sentados um ao lado do outro no balcão, dividindo uma tigela de morangos com chocolate.

— Poderiam me dizer se tem alguma bebida forte, por aqui? - Eu Ergui minhas sobrancelhas, enquanto passava os olhos pelo lugar.

Avancei para dentro da cozinha, assim que Leonora, concordou com a cabeça, lambeu as pontas dos dedos sujas de chocolate e se encaminhou até um armário da casa.

— Você quer? - A moça de cabelos castanhos, questionou, assim que apoiou a garrafa de whisky sobre o balcão de mármore e apontou-me a vasilha com os morangos.

— Se puder me dar um pouco. Vou levar para Giorgia. - Ela abriu um sorriso largo, realmente feliz.

A única pessoa naquela casa que havia ficado feliz em ver senhorita McCurty, Leonora e seu marido, não poderia me esquecer dele.

E quando estava saindo da cozinha, carregado com a garrafa de whisky, dois copos, morangos com chocolate e um frasco de chantilly, já que Leonora, Nora, como ela pediu que eu a chamasse, me disse que Giorgia gostava, pude ouvir um sussurro atrás de mim, justamente de Nora:

Ele é tão fofo, olha só, deveria ser mais parecido com ele.

Entrei no quarto de Giorgia mais uma vez e fui logo até o banheiro. Usei o cotovelo para bater na porta e só então me dei conta que eu deveria ter colocado tudo na mesa perto da sacada, antes de vir convidá-la para se embebedar comigo.

Giorgia. - Chamei baixo, encarando meus pés. — Eu trouxe Whisky.

Nenhuma resposta.

Trouxe morango e chocolate.

Nada.

Chantilly? Me disseram que gosta.

Fiz a última tentativa, encostando a cabeça na madeira azul escura, até sentir a chave virando do outro lado e a porta se abrindo minimamente, revelando uma Giorgia de olhos inchados e vermelhos, os cabelos castanhos escuros, mas que se olhasse bem de perto, como eu estava agora, era perceptível algumas mexas mais alouradas, soltos e com alguns fios bagunçados, de uma forma que eu nunca tinha a visto. Parecia tão, triste, o que me deixou triste.

O Namoro Falso De GiorgiaOnde histórias criam vida. Descubra agora