Quando Giorgia faz uma proposta mais do que inusitada para seu chefe, para que ele finja ser seu namorado em frente a familia insuportável que ela tem, o quão desastroso poderia ser aquilo?
Bem, era o que Giorgia McCurty iria descobrir em poucas se...
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— E como se sente, digo em relação a estar entre uma família pela primeira vez? já que me disse, que não considerava você e seu avô como uma.
Augustus me encarava por cima daqueles seus óculos grandes e quadrados, pela tela do notebook em cima da mesa na varanda onde eu estava, no quarto de Giorgia. E eles pareciam saber ler a minha alma. Questionava-me se todos os terapeutas eram assim, davam um certo medo.
— Bem.
— Bem e... - Tentou, como quem fala com uma criança.
— Não era o que eu estava esperando, o jeito de Giorgia não condiz com o da família, entende? Pra mim ela havia tido a melhor infância possível. - Dei de ombros, olhando as crianças correrem no gramado ao longe. — Mas é tão ruim quanto a minha. - Dei um breve sorriso.
— E a relação entre vocês?
— Estou conhecendo um lado dela que eu nunca Imaginei. - Balancei a cabeça. — Giorgia é divertida e parece me entender e não se cansa das minhas histórias melancólicas.
— Tudo bem. - Silêncio e anotações. — E Charlotte? Como estamos em relação a ela?
Eu fiz uma pausa com a pergunta.
Como estávamos (eu e meus neurônios e minhas inseguranças), em relação a Charlie?
Eu ainda sentia um carinho por ela, isso eu não poderia negar, fez parte da minha vida e tomou conta dos meus pensamentos por dois anos e era uma boa amiga, se eu pudesse chama-la assim, me divertia quando saíamos para comprar coisas e eu gostava de vê-la trabalhando, era boa em uma passarela com flashes e mais flashes sobre ela e olhares de telespectadores curiosos para saber qual seria a próxima roupa que usaria. Mas o que eu sentia por ela? Não fazia a mínima ideia.
— Acho que ainda gosto dela.
— Porque?
— Não sei.
— E Giorgia?
— O que tem ela?
— Qual o nível da relação de vocês?
— Consigo contar qualquer coisa a Giorgia, acho que a fiz de minha mais nova terapeuta nesses últimos dias. - Ele sorriu com aquilo, eu nunca havia o visto sorrir.
— E Charlotte?
— Onde quer chegar com isso?
— Não está substituindo uma a outra, está?
— Não.
— Voltaria com Charlotte?
— Sim?
— Porque? - Virei os olhos com sua pergunta.
— Porque eu ainda gosto dela.
— Vocês não conversavam direito.
— Então está dizendo que Giorgia e eu... - A frase morreu no ar.