Quando Giorgia faz uma proposta mais do que inusitada para seu chefe, para que ele finja ser seu namorado em frente a familia insuportável que ela tem, o quão desastroso poderia ser aquilo?
Bem, era o que Giorgia McCurty iria descobrir em poucas se...
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— Nós já estamos aqui a um mês, como está, Anthony? - Sua voz estava descompassada, de tanto ir e voltar para a caminhonete velha da família.
— Cansado, achei que eu estava de férias e já é a segunda ou terceira vez que me colocam para trabalhar.
Balancei a cabeça para suas costas, segurando a caixa pesada com coisas velhas que haviam sido deixadas no chalé. Giorgia olhou por cima dos ombros, acho que para saber se eu estava brincando ou falando serio.
— É brincadeira. - Eu resolvi dizer e vi seus ombros caírem, quase aliviada.
— Pelo menos, vamos ficar um tempo longe deles, não é bom?
— Talvez eu goste da idéia, só não queira dizer isso em voz alta por achar mal-educado.
Entramos na casa, agora sem mais caixas velhas com coisas empoeiradas ou Giorgia querendo saber o que havia em cada uma delas — grande parte das caixas com coisas suas — e o que valia a pena levar para Nova York ou jogar fora por aqui mesmo.
Era um chalé não muito grande, mas com móveis claramente caros e uma grande lareira suja, não tão próxima a televisão. As paredes, tirando a que o sofá ficava encostado, essa sendo inteiramente de madeira, eram de um tom de beje brilhante. Chão de madeira e um grande tapete felpudo, marrom, vermelho e beje, no meio da sala, trazendo um conforto gritante, assim como as cortinas pesadas e cinzas nas grandes janelas abertas que davam luminosidade para o cômodo.
Eu havia adorado o lugar. Não iria mentir e olhando Giorgia, ela parecia gostar muito.
Seu celular apitou dentro do bolso e ela virou os olhos dramaticamente, mas sorria para a tela dele. Digitou, parou de digitar, me olhou e encarou o celular mais uma vez e me encarou de novo.
— Marie, se lembra dela? - Anui em resposta. — Perguntou se já transamos. - Fez uma careta, parando em minha frente e me mostrando o celular.
— Estou sem meus óculos. - Murmurei. — E diga a ela que querer saber da vida sexual do chefe dela é estranho. - Usei um tom de voz resmungão, enquanto ela digitava.
— Ela agora está pedindo para não ser demitida, precisa do dinheiro pra pagar as coisas inúteis que comprou pela internet.
Fui atrás de um aspirador de pó, ouvido as unhas médias de Giorgia baterem na tela do smartphone.
O chalé tinha cheiro de poeira, madeira e um pouco, quase irreconhecível cheiro de eucalipto. Deveria ser da última limpeza. Andei pelo lugar. A suíte principal, com uma cama gigantesca e sem lençol e um tapete felpudo como o da sala, bem em frente a uma namoradeira ao pé da cama. A cozinha não era tão grande, mas bem equipada, grande parte das coisas de madeira e os banheiros não iam tão longe, madeira por todos os lados e banheiras incríveis. Seria um imóvel fácil de se vender.
— Por onde vamos começar? - Perguntei, assim que meus pés pararam na sala mais uma vez.
— Quartos, eu fico com o dos meus pais, você pode ficar com o meu e de Virgínia é mais fácil. - Já estavamos nele, em poucos passos. — A cama pode deixar que eu estendo, só preciso que passe o aspirador.