Quando Giorgia faz uma proposta mais do que inusitada para seu chefe, para que ele finja ser seu namorado em frente a familia insuportável que ela tem, o quão desastroso poderia ser aquilo?
Bem, era o que Giorgia McCurty iria descobrir em poucas se...
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Anthony e eu estávamos realmente ferrados. O clima entre ele e Russell estava péssimo, o rosto dos dois estavam quase colados um no outro e Anthony estava se mostrando mais corajoso do que eu poderia imaginar. Eu nunca tinha o visto desafiar alguém assim, mas o problema quando se desafia alguém é que você deve ser ao menos razoável em alguma coisa, na esperança que seu inimigo seja um pouco pior do que você naquilo. E Russell era o mestre do tênis em nossa cidade. Era tão mauricinho e enjoado que chegava a me dar ânsia de vômito.
Fomos para dentro da quadra, depois de Enric separar os dois que estavam cada vez mais sérios, ou eles caíram na porrada e eu temia que Anthony fosse o que apanhasse mais, até porque ele não me parecia o tipo de cara que batia nas pessoa, ou melhor, que sabia bater em alguém.
— Deveríamos fazer uma aposta. - Russell sorriu sugestivo e passou os dedos entre os cabelos que possuíam algumas ondulações.
— Por mim tudo bem. - Anthony respondeu, coçando o nariz, talvez incomodado com o cheiro de cigarro que saia de Russell.
— Se eu ganhar. - Virgínia o encarou estranho, mas não disse nada, como sempre. — Tenho um encontro com Giorgia.
— Ei?! - Minha irmã gritou, abrindo os braços.
— E se você ganhar, te arranjo qualquer mulher que queira. É só escolher, na cidade existem várias que poderiam te satisfazer da melhor forma possível. - Revirei os olhos para aquele idiota, mas fiquei tensa pensando se Anthony iria aceitar algo tão hostil como aquilo.
Russell Brand conseguia ser o ser humano mais nojento da face da terra.
— Giorgia não é o troféu dessa porcaria de jogo. - Foi duro. — Se ainda tem sentimentos por ela e deseja reacender a chama que foi apagada, ou a que nunca nem ao menos deve ter existido. - O sorriso de Russell desapareceu. — Seja homem o suficiente para terminar seu noivado e tente, apenas tente, pois não vai conseguir, reconquistar minha namorada ao invés de ficar fazendo joguinhos infantis.
— Está com medo de perder pra mim, não é? Gior, te disse o quanto sou bom não foi? - Anthony coçou o rosto com força, deixando alguns arranhões em sua bochecha.
E fez a pior escolha que provavelmente teve em toda sua vida. Resolveu que jogar contra o casal vinte, debaixo de uma aposta horrenda como aquela, era uma boa ideia. Minha vida literalmente dependia de Anthony. Um encontro com Russell era morte na certa.
Nos posicionamos, cada casal em seu lado da quadra e por culpa do cara ou coroa que jogamos, ficamos com o lado em que o sol nos pegava em cheio. Ao menos iríamos começar o jogo, o que eu não poderia dizer se era bom ou não.
— Você sabe como sacar? - Anthony me perguntou, ficando de costas para os oponentes.
— Acho que sim.
— Ótimo. - Ele me deus os polegares tentando me passar confiança, mas aquilo era a pior coisa que ele poderia me fazer.
