Quando Giorgia faz uma proposta mais do que inusitada para seu chefe, para que ele finja ser seu namorado em frente a familia insuportável que ela tem, o quão desastroso poderia ser aquilo?
Bem, era o que Giorgia McCurty iria descobrir em poucas se...
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— Certo, tudo bem, preste atenção. - Olhei para Nora com o canto do olho, enquanto escolhia um bom vestido para o jantar de hoje a noite para a recepção da família McCurty Roosevelt, dentro do meu closet. — Se você e Anthony tivessem um música de casal, qual seria?
— Você ainda lê essas revistas?
Questionei, apontando para suas mãos e a revista que costumávamos ser viciadas quando mais novas. A mesma que ela estava tirando perguntas aleatórias sobre relacionamentos.
— Quer dizer? Como essas coisas ainda podem estar na moda?
— Revistas são o melhor jeito de saber sobre si próprio e seus gostos, ainda mais essas que são para pessoas na puberdade, garotas que estão desenvolvendo peitos em formato de cocos duros. - Eu fiz uma careta pela comparação, que nem prestou atenção, já que ainda estava concentrada na revista. — Mas a minha música com Enric é uma do Michael McDonald, Sweet Freedom.
— E como escolheram? - Me virei pra ela, enquanto trechos da música passavam pela minha cabeça.
— Foi a que tocou no nosso baile de formatura, a última canção da noite e resolveram colocar uma coisa mais animada ao invés daquelas batidas românticas e lentas. - Ela sorriu abobalhada, me obrigando a parar o que estava fazendo e prestar atenção nela.
Quer dizer, eu não era uma pessoa anti-amor, mesmo que meu último namoro tenha sido um desastre, eu ainda acreditava que poderia, quem sabe uma única vez, ser amada verdadeiramente, mesmo com todos meus defeitos. E eu era apaixonada por histórias de amor, mesmo que quase nunca procurasse sobre ou assistisse a filmes românticos, já que eles me deixavam levemente melancólica. Mas o que Nora contava era a vez em que a vida escolheu uma música para ela e seu namorado. E eles estão juntos até hoje. Eu poderia me apegar a esse fato, facilmente.
— Lembro de ter segurado em Enric enquanto ele me rodava e naquele momento eu me senti como na música, livre. - As mãos subiram rapidamente e logo encontram as pernas dela mais uma vez, fazendo um barulho alto. — Eu estava exatamente no lugar onde eu deveria estar, nos braços de Enric e aquela noite foi a primeira vez que dormimos juntos e quando acordei no outro dia, lá estava ele, me fazendo café naquele apartamento minúsculo que ele tinha, se lembra? - Concordei com um sorriso. — E cantarolava de um jeito quase irritante, mas que eu havia adorado, Você é a mágica, você está exatamente onde eu quero estar.
— Anthony e eu não somos um casal, não vamos ter uma música juntos. - Eu ri sem graça, com a ideia que havia passado em minha mente rapidamente.
— Certo, deveríamos tomar um pouco de ar, hein?
Se levantou do puff cinza e redondo que havia sido colocado no closet a pouco tempo, até anos atrás aquele era o lugar de uma poltrona velha que eu adorava.
