Quando Giorgia faz uma proposta mais do que inusitada para seu chefe, para que ele finja ser seu namorado em frente a familia insuportável que ela tem, o quão desastroso poderia ser aquilo?
Bem, era o que Giorgia McCurty iria descobrir em poucas se...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
— Porque está escondida aqui?
Virgínia colocou a cabeça para dentro do meu corredor de livros e logo depois entrou para dentro dele, balançando o nariz de um lado para o outro pela poeira e sua rinite.
— Por tudo estar um caôs lá fora? - Fechei o livro que estava em minhas mãos, mas eu nem ao menos estava conseguindo o ler.
Não havia mentido. As coisas estavam, digamos, bem animadas pela casa, já que a casa de decoração da cidade, trocou os dias do casamento de minha irmã, colocando como hoje e desde manhã cedo, peças decorativas e caras, estavam sendo colocadas no jardim tão precioso de mamãe, onde tudo aconteceria. E é claro, Cassandra estava prestes a arrancar seus fios vermelhos escuros presos em seu coro cabeludo, com as unhas, quando resolvi desaparecer de sua vista, ou tudo sobraria para mim.
E também não estava tão animada para encarar senhor Bennett — até, volta-lo a chamar assim, era constrangedor — depois do que havia acontecido em minha última noite de dezembro. O "gosto de Charlotte", ainda passava em minha mente a cada quinze — ou menos — segundos. E queria apenas desaparecer por algumas horas.
— Esse chão é limpo o bastante pra que eu sente nele? - Virgínia apontou para onde eu estava sentada.
— Já sentou em coisas piores.
— Que humor, hein? - Riu baixo, se ajoelhando em minha frente. — O que você tem? Está triste e Giorgia McCurty Roosevellt, nunca fica triste! - Ela bateu em minhas pernas levemente. — Não é esse seu lema, garota?
— Era, quando eu tinha dez anos. - Coçei o rosto e fechei o casaco aveludado e velho que eu havia escolhido para passar aquele dia. — Seria pedir muito, um pote de sorvete agora?
— Sim, precioso entrar em meu vestido de noiva, baby!
Ela estava realmente animada e eu me perguntava porque diabos, estava me enchendo o saco, justo hoje que tudo que eu estava pedindo aos céus era para ficar em um canto, se possível, encarando a parede, enquanto eu penso em como a vida é injusta.
— Vamos para a cozinha, Gigi. - Ela se levantou e logo em seguida me ajudou a ficar de pé também.
— Só Eza pode me chamar de Gigi. - Murmurei desanimada e ela se abraçou a meu corpo, assim que saímos do corredor que cheirava mal.
— Sobre aquela coisa de não sermos amigas, acho que pode mudar, somos irmãs e não é tarde pra isso, então se você quiser...
Ela deixou a frase morrer no ar e eu apenas balancei a cabeça uma vez para cima e para baixo, sem entender muito bem onde ela queria chegar. Quer dizer. Talvez, viver com uma mãe e uma irmã como elas pela vida toda, tenha me feito ser desconfiada ao ponto de não acreditar em muitas pessoas e levar um tempo para reverter isso. Mas ali estava eu, dando um voto de confiança a garota loira de mais, ao meu lado, agarrada a mim como se fossemos velhas amigas e a sensação não era boa.