Capítulo 18 ✓

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— Porque está escondida aqui?            

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— Porque está escondida aqui?            

Virgínia colocou a cabeça para dentro do meu corredor de livros e logo depois entrou para dentro dele, balançando o nariz de um lado para o outro pela poeira e sua rinite.

— Por tudo estar um caôs lá fora? - Fechei o livro que estava em minhas mãos, mas eu nem ao menos estava conseguindo o ler.

Não havia mentido. As coisas estavam, digamos, bem animadas pela casa, já que a casa de decoração da cidade, trocou os dias do casamento de minha irmã, colocando como hoje e desde manhã cedo, peças decorativas e caras, estavam sendo colocadas no jardim tão precioso de mamãe, onde tudo aconteceria. E é claro, Cassandra estava prestes a arrancar seus fios vermelhos escuros presos em seu coro cabeludo, com as unhas, quando resolvi desaparecer de sua vista, ou tudo sobraria para mim.

E também não estava tão animada para encarar senhor Bennett — até, volta-lo a chamar assim, era constrangedor — depois do que havia acontecido em minha última noite de dezembro. O "gosto de Charlotte", ainda passava em minha mente a cada quinze — ou menos — segundos. E queria apenas desaparecer por algumas horas.

— Esse chão é limpo o bastante pra que eu sente nele? - Virgínia apontou para onde eu estava sentada.

— Já sentou em coisas piores.

— Que humor, hein? - Riu baixo, se ajoelhando em minha frente. — O que você tem? Está triste e Giorgia McCurty Roosevellt, nunca fica triste! - Ela bateu em minhas pernas levemente. — Não é esse seu lema, garota?

— Era, quando eu tinha dez anos. - Coçei o rosto e fechei o casaco aveludado e velho que eu havia escolhido para passar aquele dia. — Seria pedir muito, um pote de sorvete agora?

— Sim, precioso entrar em meu vestido de noiva, baby!

Ela estava realmente animada e eu me perguntava porque diabos, estava me enchendo o saco, justo hoje que tudo que eu estava pedindo aos céus era para ficar em um canto, se possível, encarando a parede, enquanto eu penso em como a vida é injusta.

— Vamos para a cozinha, Gigi. - Ela se levantou e logo em seguida me ajudou a ficar de pé também.

— Só Eza pode me chamar de Gigi. - Murmurei desanimada e ela se abraçou a meu corpo, assim que saímos do corredor que cheirava mal.

— Sobre aquela coisa de não sermos amigas, acho que pode mudar, somos irmãs e não é tarde pra isso, então se você quiser...

Ela deixou a frase morrer no ar e eu apenas balancei a cabeça uma vez para cima e para baixo, sem entender muito bem onde ela queria chegar. Quer dizer. Talvez, viver com uma mãe e uma irmã como elas pela vida toda, tenha me feito ser desconfiada ao ponto de não acreditar em muitas pessoas e levar um tempo para reverter isso. Mas ali estava eu, dando um voto de confiança a garota loira de mais, ao meu lado, agarrada a mim como se fossemos velhas amigas e a sensação não era boa.

O Namoro Falso De GiorgiaOnde histórias criam vida. Descubra agora