Eclipse: Um encontro de almas

XIX (Alma)

       Haviam se passado duas semanas e eu começava a ter febres altas e não mostrava apetite para nada. Já havia sido levada a médicos, mas eles diziam que era febre emocional e não conseguiam fazer nada.

Sara foi despedida por ser acusada do meu estado, já não a via à cerca de uma semana e Norton mostrava-se mais assíduo em minha casa e já começava a demonstrar claramente o seu interesse em mim. Minha mãe mostrava-se radiante com a possibilidade de a sua segunda filha casar com o herdeiro da força policial do país.

- Filha tens de sair dessa cama!

- Fale mais baixo mãe, por favor. Não aguento de dores de cabeça.

- Filha começo-me a assustar. A menina nunca foi de ficar doente. Tente levantar-se por favor.

Entro em piloto automático e obedeço automaticamente à minha mãe, mas o movimento repentino causa-me uma imensa dor de cabeça.

-Alma querida?

Ouço chamarem-me, mas não tenho forças para abrir os olhos.

- Socorro!!!!!!!!!

É a última coisa que ouço antes de abraçar a escuridão.

***

Acordo num quarto de hospital, estava cheia de fios. No quarto encontrava-se apenas uma pessoa, Sara.

- Alma, quando Mateus me contou vim a correr! Que susto nos pregaste.

- Estou bem Sara. Não te preocupes.

- Como bem? Estás cheia de fios.

Realmente a imagem não era bonita. No entanto, com ela à minha frente só queria perguntar por uma pessoa.

- Sara como é que ele está?

Quando ela me ia responder entra o meu irmão no quarto, ele olha para ela e depois para mim.

- Eu não vou contar nada à senhora nossa mãe, mas a menina deveria ir-se embora.

Não queria que ela saísse, mas entendia que era pelo melhor.

- Então maninha, que susto que nos pregaste! Sentes-te melhor?

- Mais ou menos parece que fui atropelada por um camião. Os médicos descobriram o porquê do meu estado?

- Não, não descobriram nem entendem. No entanto, eles dizem que o teu coração parou durante cinco minutos.

Não entendia a razão daquilo estar a acontecer, mas começava a recear.