XXV (Afonso)

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       Acabara de chegar a Ateitis, lutava contra os policias que não me queriam deixar entrar e ameaçavam que me matariam se eu tentasse.

Acreditavam que a ameaça me faria encolher e ir embora, mas o que eles não sabiam é que eu já me encontrava morto por dentro.

Quando era para começar a lutar com eles aparece Sara, e a partir de uma palavra dela permitem-me a entrada, ao que parece eu era o novo ajudante de cozinha de uma família qualquer.

- Obrigada! Como é que ela está? _ pergunto-lhe.

- Mal. _ disse e aumentou os seus passos em direção ao hospital.

Quando entramos somos barrados por policias.

- O que pretendem daqui lunares?_ questionam.

- Preciso de ver a menina Alma, sou a camareira. _ diz Sara

- Lunar acha mesmo que não sabemos que foi despedida? Além de que naquele quarto apenas podem entrar quatro pessoas. E lunares não estão na lista. _ dizem rindo-se.

Sem lhes dar grande ouvidos tento passá-los, o que acaba por não correr muito bem e eles tentam prender-nos.

- Vai! Nós lidamos com eles! _ grita Rute.

Sem pensar duas vezes corro pelo corredor e enquanto leio os nomes em cima das portas e rezo à lua para que não seja demasiado tarde.

***

Continuava a procurá-la, agora no oitavo andar começava a ficar cada vez mais preocupado, pois ela segundo o sábio não possuía muito tempo.

Foi nesse momento que avistei uma porta guardada por dois oficiais e soube que era ali que ela estava. Corri como nunca antes tinha, mas o ar começava a falhar-me e parecia-me cada vez mais distante a possibilidade de entrar naquele quarto de hospital.

- Onde pensas que vais lunar? _ pergunta-me o oficial.

- Preciso de ver a Alma!

Como se tivesse contado uma piada eles começam a rir e agarram pelos braços arrastando-me para o lado oposto do seu quarto, eu não tinha forças para contestá-los, porém com último ar que se encontrava nos meus pulmões gritei:

- Alma eu amo-te! _ e caí na escuridão.

Eclipse: Um encontro de almasOnde histórias criam vida. Descubra agora