XXI (Afonso)

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Gricitor era a nação dos antigos, onde se encontravam as bibliotecas do país e os sábios, xamãs e adivinhos.

Era a única nação onde Helianos e Lunares conviviam pacificamente, em nome dos deuses antigos.

Rute olhava para tudo fascinada, ela mostrava-se um pouco reticente quanto a minha recuperação, segundo ela poderia ser igual à nossa mãe, que antes de piorar havia melhorado.

Estaciono antes de entrar nos portões, não eram permitidos objetos eletrónicos ou meios de transporte no interior da cidade. Encaminhamo-nos para os portões e fomos abordados por um homem que envergava uma túnica laranja até aos pés o seu cabelo e barba branca entregavam a sua idade avançada.

- Boa tarde, bem-vindos a Gricitor.

- Boa tarde. _ cumprimentamos juntos.

Ele aproxima-se de mim e com a mão esquerda toca-me no peito, mesmo em cima do coração. Nesse momento uma lágrima solitária cai de seus olhos, eu sabia que ele sentia o meu sofrimento.

- Rapaz como é que ainda te encontras vivo? _ questiona.

- Eu vim para encontrar respostas. Não sei o que tem vindo a acontecer comigo. _ explico.

- Sigam-me por favor.

Sem esperar por nós vira-se e segue o seu caminho. Nós limitamo-nos a segui-lo, agora no interior dos portões a beleza de Grititor torna-se ainda mais clara. Passamos por imensos indivíduos com os mesmos trajes do nosso anfitrião, todos eles caminhavam calmamente e sorriam para os que por eles passavam, a calma imperava em Gricitor.

Quando chegamos a um arco onde tinha a figura de um leão o homem que nos guiava diz:

- Apenas o rapaz poderá entrar.

- Nem pensar! Eu vim com ele, tenho de me certificar que nada acontecerá com ele. _ afirma Rute decidida.

- Sendo assim nenhum entrará. _ informa simplesmente.

- Eu vou! Rute fica aqui eu não demoro.

Abracei-a e segui com o homem que nos esperava na entrada. Ele empurrou uma grande porta e quando entramos diz-me:

- Sabias que há cerca de sete anos a tua mãe esteve neste exato sítio com as mesmas dúvidas que estás a ter.

- Como sabe que era a minha mãe se nem a mim me conhece?

- Afonso eu sei de tudo que se passa neste mundo. E é melhor nos apressarmos, acredito que a tua metade não possua muito tempo.

Não compreendia a dimensão das suas palavras, porém sabia de quem ele falava. Limitei-me a segui-lo para o que me parecia a maior biblioteca que alguma vez havia visto. 

Eclipse: Um encontro de almasOnde histórias criam vida. Descubra agora