XVI (Afonso)

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- Sim não é, mas e se fosse eu o que fazias? _ pergunta-me.

Aquela questão desarma-me, ao olhar para ela sinto que a conheci toda a minha vida, mas na verdade nem dois dias se passaram. Nunca senti isto por ninguém, tenho consciência que morreria sem pensar duas vezes se isso significasse salvar a sua vida. Claro que a salvaria, não teria qualquer dúvida referente a isso.

- Salvava-te sem sombra de dúvidas. _ e aí está a maior verdade que alguma vez disse.

Foi nesse momento que eu soube, eu amava-a incondicionalmente. Sem pensar muito puxo-a para mim e beijo-a.

- Não, não, não! _ grita desesperada Rute.

Se não fosse minha irmã estaria morta neste preciso momento. Afasto-me um pouco de Alma, mas não a deixo ir a lado nenhum, precisávamos definitivamente de falar.

- Afonso tu não te podes envolver com ela! _ grita _ Vai ser a tua ruina.

Apercebo-me que Alma me solta a mão nesse exato momento. Não podia deixá-la ir.

- Rute acalma-te, não me vai acontecer nada. _ tento me convencer também.

- Afonso pensa ela é uma Heliana e tu um Lunar. _ diz Sara como se isso esclarece-se a situação.

Eu sabia de tudo que elas diziam era verdade, mas por alguma razão deixá-la ir simbolizava deixar-me ir.

- Vocês conhecem-se à um ou dois dias. _ diz Rute _ Por favor não mates o meu irmão. _ pede virada para Alma.

- Rute eu não vou matar o teu irmão, isto de nada significou. _ diz _ Vamos mas é focar-nos em como salvar aquelas mulheres sem criar mais vitimas.

Foi nesse momento que eu senti, algo se quebrou no meu coração.

Eclipse: Um encontro de almasOnde histórias criam vida. Descubra agora