Eclipse: Um encontro de almas

X (Afonso)

Aquela garota dos cabelos avermelhados começa a assombrar-me, a beleza dela desarma-me sempre que a vejo.

Este dia decididamente decidiu atormentar-me, estava eu com a minha irmã quando uma bomba explode à nossa frente, rapidamente a protejo com o meu corpo levando com alguns objetos nas costas, que com certeza deixarão marca.

Quando o barulho se extingue, levanto-me de forma a aperceber-me qual é o estrago, a bomba explodiu no bar em frente ao restaurante heliano. Quando examino a minha irmã e vejo que ela está bem fico mais calmo, mas é quando olho em frente e vejo a rapariga que me atormenta os pensamentos no chão, entro em pânico.

Pego na minha irmã ao colo e corro para o outro lado da rua. Estão os quatro desacordados, mas é quando vejo o sangue a correr da sua cabeça que entro em desespero.

- Menina? _ abano-a esperando uma resposta.

Nem percebo a minha preocupação, mas ela meche comigo e é por essa razão que eu ponho a minha irmã às cavalitas e pego a garota dirigindo-me ao meu apartamento. Deixando lá os outros à sua sorte.

                                      ***

Chegando ao meu apartamento agacho-me de forma a permitir a saída da minha irmã e dirijo-me ao quarto poisando a intrigante rapariga na cama.

Após fazer todos os curativos necessários começo a preocupar-me com a minha ação, afinal de contas ela estava acompanhada de Norton o comandante. Fui tomar banho e tentar perceber a extensão dos meus ferimentos nas costas, e não estava lá muito famoso. Ao colocar a toalha à cintura começo a ouvir movimentos no quarto, ela acordou.

Dirijo-me ao quarto e quando ela me vê espanta-se colocando a mão na boca.

- Tu és o rapaz da garota!

- Sim.

- Porque é que me encontro em tua casa? _ diz olhando à volta.

A sua atitude perturbava-me, ela estava com um desconhecido, no entanto estava calma.

- Eu trouxe-te após desmaiares. _ digo _ E não te preocupes que eu não pretendo fazer-te mal. _ esclareço.

- Eu sei, se fosse para me fazeres mal já o tinhas feito.

- Sabes que o mundo não funciona bem assim.

- Eu sei. _ de repente arregala os olhos e diz _ os outros que estavam comigo?

- Estavam desmaiados na calçada, e se ninguém os tirou ... continuam deitados na calçada. _ digo.

- Não compreendo, porque me trouxeste e não me deixaste ... deitada na calçada? _ ironiza.

- Não sei. _ respondo simplesmente.

- Eu preciso de ir para casa. Não que esteja a desmerecer o que fez por mim, porém a minha família é capaz de estar preocupada.

- Certo, depois do jantar levo-a a Ateitis.

- Obrigada.

Dirige-se para fora do quarto, dando-me assim a chance de me vestir. Começo a ouvir risos vindos da cozinha, e quando chego lá tenho a incrível visão da minha irmã a tentar explicar o que é o manirilio, um animal que supostamente lhe aparece em sonhos e que tem muitos problemas de confiança.

- Mano! A Alma acredita no manirilio. _ conta-me alegremente.

Olho para ela, que sem a minha irmã ver encolhe os ombros, o que me faz rir.

Dirijo-me ao frigorifico e pego uma pizza pré-feita colocando-a no forno. Enquanto ela aquece entretenho-me a ouvir as histórias que a minha irmã conta a Alma.

- A sério? Não acredito, tu bates-te no menino. _ diz Alma.

- Como assim, que menino? _ intrometo-me.

- Mano é um menino da escolinha, que implicou comigo, e eu dei-lhe um estalo.

Explica como se fosse normal uma menina de 5 anos andar a bater nos coleguinhas de escola. Abaixo-me ao pé dela e tento explicar-lhe que não é assim que os problemas são resolvidos.

- O teu irmão tem razão, não podemos recorrer à violência, ou então seremos iguais a eles. _ diz Alma.

Ela parece pensar no que a Alma lhe disse e de alguma forma também me tocou, principalmente após Kyara.

Levanto-me e retiro a pizza do forno, pouso-a na pequena mesa da cozinha e começo a cortá-la.

- Cheira lindamente. _ afirma Alma de olhos fechados.

- É a fome a falar. _ ri-me

Ela olha para mim de forma divertida e diz:

- Só agora é que me apercebi que não sei o teu nome. _ diz-me.

- Afonso. _ apresento-me.