V (Alma)

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Acordo com o sol a entrar no meu quarto, antes de abrir os olhos amaldiçoou-o quem interrompeu o meu sonho, ia mesmo agora saber quem o macaco rosa tinha escolhido passar a vida.

- Bom dia menina, peço imensas desculpas acordá-la, no entanto, sua mãe pediu que a acordasse. _ diz uma garota.

Mantenho os olhos fechados, sinto uma vontade imensa de gritar com a rapariga, mas a verdade é que ela não tem culpa da minha frustração quanto ao macaco rosa. Quando abro finalmente os olhos encontro a dona da voz com um sorriso cortês e um uniforme amarelo que a identifica como empregada.

- Bom dia .... _ espero que ela me diga seu nome.

- O meu nome é Sara.

- Bom dia Sara, vejo que será a minha companhia.

- Sim menina, estou encarregue do seu bem-estar.

- Por favor, quando ninguém está a ver trate-me por Alma.

- Menina isso não seria muito apropriado. E caso alguém soubesse poderia ver em grandes apuros.

- Claro eu compreendo. Mas enquanto me arranjo fale-me sobre este estado. Gostaria de conhecê-lo um pouco melhor, visto que será a minha mais recente casa.

Deixo-a no meio do quarto e encaminho-me para a casa de banho que se encontra no quarto, enquanto faço as minhas higienes matinais, ela começa a falar alegremente.

- O estado é lindíssimo, apesar de antigo conserva a beleza de antigamente. As pessoas apesar de ocupadas tendem a cumprimentar toda a gente por que passam, mesmo que não as conheçam.

Mantenho-me atenta à sua descrição, que para os meus olhos, começa-se a tornar um lindo sítio onde realmente poderei ser feliz. Apesar de ser um estado apenas conhecido pelas suas brutalidades, ela apresenta-o com uma magia diferente, desencadeando em mim uma espontânea vontade de o conhecer e fotografar.

Retomo ao quarto e ela deixou o sorriso cortes apresentando-se agora com um grande sorriso e com cara de sonhadora.

- Vejo que aprecias muito Artemis. Espero poder conhecê-la brevemente.

-Sim menina, tem a sua beleza própria. No entanto, acho melhor referir que não vá sozinha, os lunares não tendem a ser muito amistosos com Helianos. _ avisa enquanto me entrança o cabelo.

- Compreendo. _ digo entristecida.

                                                                   ***

Quando finalmente me encontro arranjada, dirijo-me ao jardim, onde a minha família mais a Valentina se encontra reunida a tomar o pequeno-almoço.

- Alma ainda bem que finalmente chegou querida. _ diz Valentina_ estávamos mesmo agora a comentar o interesse que o herdeiro Norton demonstrou em si ontem.

- Pois não sei do que fala. – disse constrangida.

- Querida não é preciso ter vergonha! Devia mostrar-se grata por apesar de ser uma segunda filha, um herdeiro como Norton demonstrar interesse. _ disse a minha mãe.

Antigamente era a primeira a incentivar-me a seguir o amor, mas desde que o pai desapareceu sem deixar rasto, começou a empurrar-me para herdeiros, afirmando que o amor de nada valia nesta vida.

- Também acho querida irmã. Hoje durante o almoço conhecê-lo-á melhor.

- Ainda por cima, não se esqueça que está quase nos dezoito anos e o seu irmão não a poderá sustentar toda a vida! _ exclama minha mãe. 

Eclipse: Um encontro de almasOnde histórias criam vida. Descubra agora