XXVI (Val)

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       Estava no cais em Andrómeda quando recebo um telefonema do pai da família.

- Estou? Em que posso ser-lhe útil?

- Não estou para brincadeiras! Ao que parece a tua filha foi alvo do teu maior problema. _ disse rindo.

- O que é que aconteceu com a Aurora? _ questiono confuso.

Quando esperava uma resposta ele apenas ri, começava a irritar-me com aquele escumalha.

- Não é a Aurora, a Alma encontra-se no hospital, ao que parece não sabem o que ela tem. Porém eu sei que tu sabes. _ diz e desliga.

Sento-me na cadeira que existia no meu escritório, não poderia ser verdade. Não poderia deixar a minha filha morrer, tinha de encontrar o lunar que se encontrava do outro lado da ligação.

Ao chegar a Ateitis, onde pensei que nunca mais viria, encaminho-me para o hospital sem grandes problemas, afinal de contas em sou Emilio Vasconcelos.

No hall do hospital encontrei duas raparigas minhas conhecidas algemadas e dois policias com alguns hematomas na cara.

- Val! _ grita  Rute

- Porque estás aqui enteada?

- Isso pergunto-te eu!

- Agora não temos tempo para isso, depois explico. Guardas soltem as duas e encaminhem-me ao quarto da minha filha. _ ordeno.

- Sim senhor. _ dizem atrapalhados enquanto as soltam _ Por aqui senhor.

Quando chegamos ao andar questiono:

- Qual é o número do quarto?

No momento em que me vão responder ouço alguém gritar "Alma eu amo-te". Corro em direção da voz, sabia que me tinha de apressar, nenhum dos dois possuía tempo a desperdiçar no momento.

No momento em que vejo os dois oficiais a arrastar o rapaz grito:

- O que pensam que estão a fazer? Tragam-no imediatamente. _ digo.

Sem olhar para a cara do rapaz sigo um dos primeiros policias até ao quarto de Alma e entro. Vejo Liliana e Luciano aos pés da sua cama, ela encontrava-se entubada, porém os seus olhos mantinham-se abertos.

- Bem, muito boas noites. _ digo quando os três me olham assustados. Viro-me para um médico estava para inserir alguma coisa no cateter de alma _ Tirem-lhe o tubo.

- Não! Ela assim irá morrer! _ grita Liliana.

- Não, por acaso é ao contrário. _ ironizo.

O médico encaminha-se para Alma e começa a tirar-lhe o tubo, é quando eu me viro para o lunar que se ligou com minha filha, o meu enteado, claro que tinha de ser.

Arrasto-o sem nenhum cuidado e coloco-o deitado ao lado de Alma que lhe agarra a mão rapidamente desmaiando logo de seguida.

Agora só tínhamos de esperar que não tivesse sido tarde de mais.

Eclipse: Um encontro de almasOnde histórias criam vida. Descubra agora