A Ordem dos Caçadores

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Capitulo 12

Ordem Sanctum? Do que esse homem estava falando? Não fazia sentido!

— Estou dormindo — pressiono as minhas têmporas quando lhe dou as costas e encaro o chão. — Eu não posso dormir, não posso dormir. Coisas assim acontecem quando estou dormindo — apontei-o. — Magia não existe nesse mundo. O que vi não pode ser real.

— Olhe para mim, Meredith.

— Não... não pode ser, eu não quero fazer isso. Não vou ceder. Não vou ceder!

— Olhe — ele agarra o meu ombro e me força a virar bruscamente. — para mim... Meredith. Você não devia ter visto o que viu e nem ter passado pelo que passou, mas agora já era, não dá para te fazer esquecer.

— Esquecer o quê? Quando acordar... vou esquecer disso em poucos instantes e então terei uma vida normal — sorri, hipnotizada com a ideia. — Feliz. Uma vida feliz, sem problemas e longe desses demônios.

— Meredith, você não está dormindo — ele voltou a forja. — Sirus estão entre nós, se parecem conosco, agem e falam como nós, mas o que os diferencia é a sina; o destino não-cumprido, a vingança não realizada, o perdão não alcançado. Sirus são manifestações do mal que forçam homens a reencarnar nos seus corpos mortais enquanto apodrecem e o tempo para para eles até que encontrem o que procuram; liberdade. Mas isso custa vidas, custa a sanidade das pessoas que com eles convivem. São sanguessugas, mas não se alimentam de sangue... — ele se virou para mim. — e sim de almas. A alma-essência do homem é o alimento dessas abominações e a única coisa capaz de vence-los é a luz do sol e a determinação do fogo.

— E você... o que é?

— Eu? Sou um escolhido de Deus — ele adorou, erguendo os braços em direção a janela lateral acima da mesa. — para lutar em seu nome contra as trevas. Portador da Atribuição e guardião do mundo humano — ele se virou na minha direção rapidamente e depois sorriu. — E o que descreveu, Meredith, está nessa cidade. Andrew e Irelia, sobre a alcunha de Valentin e Dália, podem ser dois desses irmãos que hoje convivem entre os homens como se fossem iguais a nós — Cedric se voltou pra a mesa, apoiando-se nos punhos. — O que me abisma é o fato de eles terem atacado alguém que, como relatou você, se desfez em pó aquecido. Talvez fosse outro Sirus, mas por que eles atacariam alguém da própria espécie?

Cruzei os braços.

— Pelo mesmo motivo que você.

— O quê? Nãaaaao, duvido. Essas coisas são irracionais, só pensam em si mesmas.

— Mas... eles são humanos, somos complicados, alguns desvairados, arrogantes ou sensíveis.

— Eles não são humanos. Não existe mais humanidade em um Sirus. Mas, não sei, o que me importa é saber mais sobre eles — ele se virou na minha direção. — Podem me levar a minha filha.

Estranhei.

— Sua filha... sabia sobre isso?

— Não, não sabia. Mas eu sou o Atribuído, temos inimigos das trevas em todos os lugares e para eles não seria dificuldade me tomar a minha Rosa Maria por seus malditos motivos. Você deve segui-los — quando avançou na minha direção, eu esbugalhei os olhos e dei um passo acuado para trás.

— Eu?

— Você tem acesso a ambos, Meredith. Você precisa se aproximar desses dois, ser esperta, servir ao Senhor em uma missão nobre que pode salvar o seu pescoço e o de quem você ama.

— Delegado, eu... — massageei a minha têmpora. — Já estou confundindo as coisas. Ouviu o que eu disse. Já estou começando a pensar que isso é um sonho, um pesadelo, que devo acordar dele antes que seja tarde demais.

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