Para o Norte, Amigo

4 2 0
                                    

Capitulo 23

Eu desperto, como se tornando de um coma. É brusco, violento, resfria o meu corpo e ouriça os pelos do meu corpo enquanto ofego e olho tudo ao redor, retomando muito lentamente a minha respiração normal quando olho a minha direita e vejo que amanheceu.

Há algo, batidas fortes e ritmadas que devem vir da porta da frente. Elas me forçam a levantar, tirando as cobertas de cima de mim.

Eu dormir. Eu dormi. Eu peguei no sono... mas não morri.

Quando abro a porta do meu quarto, meu pai também surge abotoando a sua roupa de dormir.

— Mas quem será essa hora?! O prefeito não pode dormir até tarde num domingo!

Minha mãe surgiu a seguir, segurando a moldura da porta quando olhou na minha direção.

— Filha, você está bem? — ela tocou o meu pulso incomodamente. Eu puxei o braço e depois usei-o para esfregar o meu outro.

— Eu dormi... acordei assustada.

Ela sorriu.

— Caio Lawson te ajudou a dormir, querida. Você parecia serena e tranquila, ele disse que espantou o mal fazendo careta — ela enrugou a sobrancelha, divertida.

Não digo nada. Não tenho o que dizer. Quero saber quem vem. A luz do dia chega a escada, o meu pai está falando com alguém quando eu surjo no meio da escada e a noto.

— Petra? — eu disse, sem entender.

— E aí?

Meu pai apontou para ela, descontente.

— Dá próxima manda um sinal de fumaça — ele resmungou.

Ela riu, parecia eufórica com algo que sequer permitiu-a entrar.

— Você foi solta?

— Meu pai tem muito prestigio na cidade... e três mil dólares da fiança. Sai não tem dez minutos, nem passei em casa ainda. Você vai comigo até a cabana, temos que pegar a carta.

Tirei o meu cabelo bagunçado do rosto e bocejei pesadamente.

— Claro... só... espere eu me preparar.

— Ah não, você vai demorar duas para se montar! Estava dormindo? — ela pergunta repentinamente, ignorando a própria reclamação.

Nós entramos, ela correu para o sofá enquanto eu segui para a escada.

— Estava.

A doze minutos da entrada oeste da floresta.

As entradas para a floresta de Bloodale eram vigiadas de cima de torres por homens da guarda florestal municipal, Petra teve que justificar a sua entrada (caça, pesca ou camping) e acabou mentindo, disse querer estudar pedras e os seus tipos.

Eu não seria ingênua de acreditar, mas se aqueles homens a chamaram pelo nome certamente a conhecem e não questionam mais nem os seus motivos. Nós entramos, é o que importa.

Não estou segura de que Jackson tenha falado algo em verdade, apesar de eu ter pedido para que Caio falasse com ele. No entanto, se falou, aquela história estava ganhando rumos adversos e logo eu não seria capaz de reservar aquilo dos meus pais, da polícia, do delegado.

— Tem certeza que é por aqui?

— O mapa está correto e o cronometro está contando o tempo que levamos. Eu vou ficar olhando, talvez encontre a cabana no meio das arvores.

Diarios MalditosOnde histórias criam vida. Descubra agora