Capítulo Extra

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Cameron Fowler

Eu tinha quinze anos quando a conheci. Dezesseis quando a beijei pela primeira vez. E dezoito quando eu disse que a amava.

Kinsey Elizabeth Madison.

O cabelo escuro, os olhos cinzas, o sorriso.

Eu tinha passado incontáveis horas admirando cada parte dela. Eu a amava. Pra mim, Kinsey era única.

Mas eu não era único para ela.

Kinsey me amava, mas não da mesma forma que eu. Eu sabia disso. Eu sempre soube disso. Kinsey não mentia. Ela não gostava de brincar com as pessoas. Pelo menos, não fora de quadra.

E eu sabia, melhor do que ninguém, que eu ocupava um espaço no seu coração.

Até certo ponto, eu sabia que ela estava apaixonada por mim. Achei que poderia transformar esse sentimento em amor. Eu estava errado. E quanto mais eu insistia, mais eu nos machucava.

Enquanto Kinsey fazia de tudo para não me machucar, eu estava machucando nós dois. Era injusto. Era egoísta. Era feio. Era cruel.

Ela parecia ficar mais frágil cada vez que eu a via. Era como se nosso relacionamento estivesse envenenando ela. Envenenando nós dois.

Então, eu ultrapassei o limite. Eu era covarde demais para terminar tudo e ir embora. Eu nunca conseguiria. Eu amava Kinsey com tudo de mim. Eu a forcei a terminar comigo. Kinsey explodiu e nosso relacionamento foi junto.

Eu juntei minhas coisas e agarrei a primeira oportunidade para me afastar. Eu precisava superar isso. Eu tinha que superar.

Kinsey e eu nunca seríamos um casal.

Dois anos e eu achei que tivesse superado. Era tempo o suficiente para esquecer ela.

Mas como eu poderia esquecer a única mulher que eu já amei? A ideia era ridícula. Não sei como eu pensei que poderia esquece-la. Eu ainda me lembrava de cada centímetro do rosto dela, de como os olhos dela brilhavam quando estava feliz, como ela sorria quando me via.

Quando eu vi o nome dela na tela do meu celular eu soube.

Kinsey nunca ia sair do meu coração.

E eu estaria sempre na lista de corações partidos dela.

— Oi Cam. – ela falou. Eu sentia falta da voz dela. Kinsey era minha amiga. Nós costumávamos conversar por horas.

— Kinsey.

— Como você está?

— Estou bem, mas tenho certeza que você não ligou para me perguntar isso.

— Ah, não, eu não liguei pra isso. Você me conhece.

— Você está certa.

— Uh, na verdade, eu queria te pedir um favor.

— Eu imaginei.

— Você sempre espera o pior de mim.

— E de quem é a culpa, Kinsey?

— É, a culpa é minha. Vai me ajudar?

— Eu já consegui negar alguma coisa para você?

— Não.

— Exato. Mande os detalhes do que você precisa pra mim e eu vou fazer.

— Certo. Obrigada, Cam.

— Kinsey?

— Sim?

— Não suma outra vez. – falei. Ela ficou em silêncio por alguns segundos. Ela devia estar surpresa. Kinsey achava que eu a odiava.

— Tudo bem. – ela disse baixo e encerrou a chamada.

Uma ligação.

Ela só precisou fazer uma ligação e eu estava de volta ao tempo em que eu faria qualquer coisa para vê-la feliz.

Eu era patético.

Kinsey não me amava. Ela nunca amaria.

E eu nunca deixaria de amar ela.

Minha vida amorosa era um romance escrito por Shakespeare.

Antes de você (The Heartbreakers #2)Onde histórias criam vida. Descubra agora