Capítulo 33

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"— O que diabos você e Vânt estão tentando fazer? – sibilou a rainha. O general Pei apertou a mão ao redor do braço de Fawn. Ela estava na sala de audiência do castelo real Kame.

— Você vai ajudar ou não, Umi? – a fada perguntou e a rainha se levantou num rompante.

— Você tem ideia do que está falando? Uma guerra? Contra os sacerdotes? Enlouqueceram? – ela falou com a voz alterada. — Quem seria louco o suficiente para apoiar isso? Já não basta a bagunça que Isati e Vânt estão fazendo acima da superfície, você espera que eu leve meu povo para uma guerra sem sentido e sem motivo algum?

— Há motivo.

— Qual?

— A guerra entre Teine e Gaoth. Foram os sacerdotes que começaram. Há oitocentos anos, quando os antigos reis foram mortos, seus sucessores, escolhidos pelos rituais de cada reino, assumiram o trono. Sinne e Noc não são os sucessores originais, Umi. Você sabe o que isso significa? – a fada perguntou e a rainha a encarou. A resposta era óbvia.

Cada reino tinha uma forma de escolher o próximo rei. Em Dòrainn o próximo rei ou rainha era escolhido por batalhas entre as famílias principais. Um representante era escolhido e enviado a uma arena para lutar, o rei regente observaria e ao final das batalhas, seu sucessor seria escolhido.

Oitocentos anos atrás, quando a rainha Kaiyō foi morta, Umi assumiu o trono. Ela tinha sido escolhida, sendo a representante da família Chu.

O reino de Teine determinava seu rei ou rainha baseado em hereditariedade. Isati era a primogênita do antigo rei de Teine.

Em Talamh o próximo governante era escolhido pelo próprio rei ou rainha regente. O rei Honua tinha sido escolhido pela rainha Pua quando era apenas um bebê.

Em Gaoth, era o rei regente quem escolhia o próximo que iria subir ao trono baseado em uma série de provas, onde qualquer pessoa do reino poderia participar.

Esse era o sistema dentro dos reinos, mas Grian e Gealaich eram diferentes. Os governantes eram escolhidos pelo Sol e pela Lua. Eles nasciam da união abençoada de uma sacerdotisa e um macho e de um sacerdote e uma fêmea.

Em Grian, o Sol escolhia uma de suas filhas e a enviava até um macho de um dos outros reinos. A criança que eles tivessem, era abençoada por ele e seria a próxima a subir ao trono.

Em Gealaich, a Lua escolhia um dos sacerdotes e o dava a uma fêmea de um dos outros reinos. A segunda criança que eles tivessem subiria ao trono.

As uniões abençoadas pelo Sol era passageiras. As abençoadas pela Lua eram eternas.

Todos sabiam disso.

Se Noc não era essa criança, quem era o verdadeiro rei de Gealaich?

— Você tem alguma prova do que está dizendo? – Pei perguntou.

Antes de você (The Heartbreakers #2)Onde histórias criam vida. Descubra agora