Capítulo 20

1.3K 139 22
                                    

"Fawn olhou para as estrelas acima dela. O barulho da brasa queimando a acalmava. A noite estava fria e ela respirou fundo. Não havia nenhum cheiro estranho. Eles estavam seguros. Por enquanto.

— Por que está aqui fora no frio, sua cabeça dura? – Raider resmungou, colocando um cobertor de lã nos ombros da fada.

— Sabe que eu não sinto tanto frio quanto vocês humanos? – Fawn perguntou e ele bufou, se sentando ao seu lado e olhando para o céu, junto dela.

— Até onde eu sei, fadas não são imunes a gripe. – ele resmungou e ela sorriu. Fawn virou seu rosto e o observou. Uma sombra de pelos escuros começavam a cobrir sua mandíbula, seus cabelos pretos estavam amarrados com uma tira de couro na base de sua nuca. O diamante em sua orelha brilhava com a luz que vinha da fogueira atrás deles.

— Por que está me ajudando? – ela perguntou repentinamente e Raider a olhou. Seus olhos não tinham cores comum. Não eram castanhos, como os de Meadow ou verdes, como os de Arden. Os olhos de Raider eram dourados. Como o ouro envelhecido que era transportado nos navios humanos.

— Porque eu quero. – foi sua resposta. Ela sorriu para ele e deitou sua cabeça em seu ombro.

— Obrigada, Raider. – falou. Ela estava agradecendo por muito mais do que um cobertor ou sua ajuda. Ela estava grata por ter ele ao seu lado. Por ter conhecido ele.

— Espero que você não comece a chorar em cima de mim, cabeça dura. – ele falou, seu nariz tocando o topo da cabeça de Fawn e respirando o cheiro do seu cabelo.

— Você é um idiota. – ela disse baixo e sentiu o corpo dele tremer com uma risada rouca."
— Trilogia Fogo e Aço —

Rainbow

Aumentei o volume da música que tocava no rádio. Eu estava dirigindo uma caminhonete para a fazenda onde eu tinha crescido. A fazenda ficava a vinte minutos de carro da cidade de Wharton, onde eu tinha estudado e aprendido a jogar vôlei, no centro comunitário.

Eu tinha saído de Houston a quase quarenta minutos. Chegaria em Wharton em meia hora, então pegaria a estrada de chão que ia para a fazenda.

A única coisa boa era que eu estava dirigindo uma caminhonete novamente.

Quando eu morava no Texas, eu dirigia uma caminhonete vermelha, que tinha sido do meu pai. Eu amava aquela caminhonete. Dirigi ela até me formar e ir embora. Eu a deixei na fazenda e sempre que eu ia para o Texas, eu fazia questão de dar uma volta pela cidade com ela.

Eu tinha um monte de memórias naquele carro. Algumas boas, algumas ruins. As ruins envolviam homens. Algumas boas também.

Respirei fundo e olhei pela janela. A paisagem verde era reconfortante. Eu sentia falta desse lugar. Eu amava Atlanta e tinha me acostumado a viver lá, mas foi nesse estado que eu cresci. Foi onde eu vivi quase toda a minha vida.

No rádio, a música mudou e eu sorri quando reconheci a melodia. Bati os dedos no volante, no ritmo da música.

Eu tinha pensado nessa música quando estava com Ivan. Ela me fazia pensar nele. Em nós. No que poderíamos ser.

Muitas partes dos meus sentimentos ainda eram incógnitas para mim.

Não gosto de dançar. Mas acho que vou abrir uma exceção por você.

Antes de você (The Heartbreakers #2)Onde histórias criam vida. Descubra agora