Antes de você (The Heartbreakers #2)

Epílogo| 2

"Ao meu amor e aos nossos filhos,
Obrigada por me fazerem tão feliz. Esse livro é para vocês.
Com amor, Ivan Westbrook."
— Dedicatória do livro infantil A sereia ama os golfinhos —

Ivan

Meu ouvido estava zumbindo.

Minha cabeça parecia estar girando.

E meu coração batia acelerado.

A imagem na tela não mostrava a realidade. Pelo menos, eu não era capaz de distinguir duas crianças naquele ultrassom apesar da médica ter dito que havia duas crianças ali.

Gêmeos. Ou gêmeas.

Rainbow estava olhando em choque para a médica. Havia dois coraçõezinhos batendo. Os corações dos nossos bebês.

A felicidade pareceu me afogar.

Rainbow apertou minha mão e me olhou com os olhos marejados. Um sorriso em seus lábios.

— Dois. – ela falou. Eu sorri, em meio as lágrimas. — Ivan, como você conseguiu me engravidar com duas crianças?

— Aparentemente eu sou muito bom nisso, chuvisco. – respondi e ela riu. — Nós vamos ser pais. De dois bebês.

— Eu estou tão feliz. – ela falou e eu a beijei. Eu entendia ela. Eu estava feliz de um jeito que não achei que fosse possível. — Quero tanto ver nossos bebês logo.

— Eu também, chuvisco.

×××

Olhei desconfiado para a minha sala de estar. Fazia algumas horas que elas estavam reunidas e eu estava desconfiado. Elas juntas nunca era bom sinal.

Criei coragem e entrei na sala. Minha esposa estava sentada, ao lado de Shea, rindo e conversando. Lola estava na poltrona, tricotando roupas para os meus filhos. Irma estava ao lado dela, observando. Maysie e Shelley estavam sentadas juntas também, conversando sobre os nomes dos bebês. E Kinsey estava do lado de Rainbow, com a mão na barriga dela. Kinsey adorava crianças.

O ambiente pacífico me acalmou.

Rainbow já estava no final da gestação. Iríamos para o hospital no final do dia, já que ela teria uma cesariana no dia seguinte. Os gêmeos já estavam prontos para nascer. E como Rainbow andava ansiosa, as Heartbreakers se reuniram para acalma-la.

Eli, Aaron e o namorado de Irma ficaram de babá das crianças. A cada ano que passava a quantidade de crianças aumentava.

Eli tinha Tate, que tinha acabado de fazer 6 anos e Davina que ia fazer 10 anos. Aaron tinha Curtis, de três anos e Hailey de oito meses. Eles também estavam cuidando de Adam, o irmão de Rainbow que tinha dois anos. Logo, nossos gêmeos se juntariam a creche Heartbreakers.

Eu estava ansioso para segurar nossos filhos. Eu queria ver se eles seriam parecidos comigo ou com a Rainbow. Eu esperava que eles puxassem a mãe deles.

— Acho que você está muito feliz. – Irma falou. Eu não fazia ideia em que momento ela saiu de perto da Lola, mas agora ela estava ao meu lado.

— Eu me casei com o amor da minha vida e vamos ter dois bebês. Como eu não seria feliz? – respondi e ela pareceu pensar por alguns momentos.

— É um bom ponto.

— Você está feliz, Irma? – perguntei. Ela olhou para minha esposa e minha cunhada.

— Um pouco mais a cada dia. Mas as vezes, eu ainda sou infeliz. Suponho que a vida seja assim. – ela respondeu, mas não parecia preocupada. Fazia algum tempo que Rainbow me disse que elas viam a velha Irma cada vez mais. Acho que agora eu podia entender um pouco. — Vocês já decidiram os nomes?

— Sim, escolhemos ontem a noite.

— É segredo?

— Não.

— Ótimo. – ela disse e voltou para a sala. — Rain, quais vão ser os nomes? Ivan disse que vocês já escolheram.

— Eles vão nascer amanhã, vocês não podem esperar? – Rainbow perguntou.

— Não. – elas responderam em uníssono. Rainbow ergueu as sobrancelhas.

— Tudo bem. Os nomes vão ser Logan e Damian. – Rainbow contou. Todas olharam para mim. — Por que estão olhando para ele?

— Estamos esperando ele falar os significados dos nomes. – Maysie explicou. Eu sorri e cruzei os braços.

— Não tem nenhum significado profundo. Rainbow gosta dos nomes e eu também.

— Ah, entendi. Ela escolheu e você só concordou. Todo mundo sabe que ela é quem manda. – Kinsey disse e eu concordei. Era verdade. Mas eu ainda tinha pesquisado sobre os nomes, depois que nós escolhemos. — Mas tenho certeza que você sabe o significado deles.

— Damian significa "domar". É de origem grega. Logan tem origem gaélica escocesa, ele é derivado do nome Lagan e significa pouco espaço vazio. – falei e minha esposa sorriu orgulhosa.

— Não acha irritante, Kin-Kin? – Maysie perguntou alto.

— Muito. Odeio gente apaixonada. – Kinsey respondeu e eu ri. Eli estava certo quando falou que com o tempo o medo sumia e você aprendia a gostar delas. Agora, eu não conseguia imaginar minha vida sem as Heartbreakers, já que elas eram a família de Rainbow.

×××

Minhas mãos ainda estavam geladas. A médica disse que seria um procedimento tranquilo, que não haveria complicações, mas eu ainda tinha ficado apavorado. Foi o momento mais aterrorizante da minha vida e o mais feliz.

Logan nasceu primeiro. Ele tinha cabelos loiros, como de sua mãe e pesava três quilos e oitocentas gramas. Damian veio um minuto depois, também com cabelos loiros e pesando três quilos e cem gramas.

Eles choraram alto. E quando os segurei, fui inundado do mais profundo amor que eu já senti na vida. Aqueles dois garotinhos e sua mãe me tinham da forma mais crua e profunda.

Rainbow estava consciente o tempo todo e chorou quando viu nossos filhos.

Agora, estávamos no quarto e ela estava dormindo. Os gêmeos estavam nos berços ao lado da cama dela e eu estava segurando a mão dela, enquanto olhava nossos filhos também dormirem.

A porta se abriu. James entrou e parou ao meu lado. Sua mão pousou no meu ombro.

— Vocês fizeram bem. – ele disse, olhando o rosto adormecido da filha. — Ela está bem.

— Eu sei. – respondi, profundamente aliviado. Enquanto estávamos na sala de cirurgia, eu estava com medo de algo dar errado. A ideia de perder Rainbow ou os gêmeos me apavorava. Eu não fazia ideia de como seria ver eles crescerem e correrem riscos. — Como você conseguiu?

— Assisti-la ir para o mundo? – eu assenti. — Foi apavorante. Cada passo que ela dava me deixava assustado de que algo pudesse acontecer, mas as crianças são mais fortes do que parecem. Principalmente se eles puxarem a ela. – ele falou e eu sorri. Eu ainda não gostava dele ou de Jillian, mas nós conviviamos razoavelmente bem. — Jillian e seus pais querem vê-la.

— Eles podem entrar desde que não a acordem. Ela não dormiu bem durante a noite porque estava ansiosa. – avisei e ele assentiu, então se aproximou dela e beijou sua testa. Ele murmurou algo e se afastou. — O que você falou?

— Você fez bem, garotinha. – ele respondeu e saiu. Eu olhei para minha esposa. E então olhei nossos bebês.

Eu estava tão cheio de alegria que poderia flutuar.