"Fawn ergueu seus olhos, diretamente para o general Foraj. Ele era o homem de confiança do rei Vânt e líder das tropas do reino.
— Há um traidor no reino. – a fada disse. Os olhos azuis do general a observaram com atenção, o ar tremulou ao redor deles.
— Não preciso que você me diga algo que eu já sei, Inima. – o general respondeu, usando o nome que o rei Vânt tinha dado a ela quando a encontrou, centenas de anos atrás.
— Você precisa descobrir quem permitiu e escondeu a entrada das tropas de Teine, Foraj. – Fawn disse séria e firme. O general ergueu seu corpo, muito maior que o da fada, chegando a sua altura total. Seus olhos ardiam com a fúria e a desconfiança. Fawn preferia lidar com a capitã Nisip.
— Quem me garante que não foi você, Inima?
— Se eu tivesse feito isso, teria te matado antes, para evitar a dor de cabeça que você está me dando agora. – Fawn rosnou, sua paciência esgotada.
Todos em Gaoth que ainda se lembravam dela desconfiavam da sua lealdade. Mas ela tinha vagado por outros reinos por séculos, por lealdade ao rei Vânt e a Gaoth."
— Trilogia Fogo e Aço —Ivan
Suspirei frustado pela enésima vez e me levantei. Não importa o quanto eu tentasse ou me forçasse a isso, as palavras simplesmente não saiam. Nada parecia certo.
Que inferno.
Era minha culpa. E culpa da Rainbow.
Cada vez que eu pegava o maldito manuscrito e tentava continuar a história, eu me perdia em lembranças dela e quando conseguia um pouco de concentração, não conseguia encontrar nada de bom para escrever. Repeti a mim mesmo que isso era necessário. Rainbow precisava perceber que sentia minha falta, mesmo que fosse apenas um pouco. Esse seria o primeiro passo para conseguirmos ir a algum lugar em nossa relação.
Me matava ficar longe dela dessa forma, mas no momento, era minha única opção. Ou pelo menos, a única que eu tinha encontrado.
Mesmo assim, às vezes eu me pegava pensando em como ela reagiria se eu realmente aparecesse para vê-la. Ela ficaria feliz? Faria um comentário sarcástico? Se irritaria? Me mandaria embora? Ou ela me ignoraria? O único consolo que eu conseguia encontrar, era que ela devia estar se sentindo da mesma forma que eu. Ou era o que eu esperava. Se tratando dela, eu nunca sabia o que realmente esperar.
Rainbow era uma mulher complexa. E tinha traumas. O casamentos dos pais dela, o divórcio deles e a culpa equivocada que ela carregava, tudo isso parecia embaçar um pouco a percepção dela. Ao menos era o que eu achava.
Eu quase procurei uma das Heartbreakers, para tentar saber mais da Rainbow, mas eu desisti. As coisas que Rainbow me disse durante a crise não deveriam ser repetidas sem a autorização dela. Era óbvio que tudo aquilo a machucava. E eu não sabia o quanto as amigas dela sabiam.
Rainbow era uma grande incógnita.
Passei grande parte do vôo de volta para Atlanta pensando nela e tentando não olhar para onde ela estava sentada. Durante aquelas horas, eu repassei cada momento que estivemos juntos e tudo o que eu tinha ouvido dela ao longo dos anos. Ainda era difícil para mim entender como eu pude estar perto dela em algumas ocasiões e não tê-la visto. Ela era um diamante raro, que ficou bem debaixo do meu nariz por anos e eu nunca percebi.
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Antes de você (The Heartbreakers #2)
RomanceRainbow Sullivan é uma cética. Ela não acredita no amor, não acredita em palavras bonitas ditas por homens e, realmente não acredita que acabou de ser promovida a editora chefe temporária. Uma confusão na revista em que trabalha faz com que Rainbow...