Capítulo 30

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"A rainha Umi do reino de Dòrainn, tinha cabelos escuros como a noite. E olhos tão azuis, que pareciam quase translúcidos. A presilha de prata em formato de uma flor de lótus em seu cabelo brilhava contra a luz do candeeiro que nos iluminava. Assim que me viu, ela estalou sua língua.

— Você deve estar realmente desesperada, tsuihō, se tem de pedir minha ajuda. – a voz baixa e tranquila não escondia o veneno em suas palavras. Sai do meu lugar, nas sombras, e enfrentei a rainha mais cruel de toda Faerie. Sua pele pálida e os olhos pequenos não deveriam ser tão intimidantes.

Talvez fosse o fato dela não ter sobrancelhas. O pensamento quase me fez rir, mas imaginei que ela não iria apreciar meu humor.

Os dois pontos escuros acima de seus olhos, não eram sobrancelhas, mas acho que eram próximos o suficiente."
— Trilogia Fogo e Aço —

Rainbow

Cantarolei uma música do Paramore, enquanto revisava um texto. Naomi estava sentada do outro lado da mesa, me olhando curiosa. Eu sabia que ela estava querendo perguntar sobre o meu súbito bom humor.

Eu tinha passado semanas estando irritadiça e mal humorada, desde que tinha voltado do Havaí. Agora, eu estava exalando felicidade.

Eu não podia evitar. Eu estava feliz que Ivan e eu estávamos juntos. Nem mesmo ser chamada de volta para a revista tinha abalado meu bom humor. Eu tinha quase certeza que tinha corações flutuantes ao meu redor.

Terminei de revisar o texto e o entreguei para Naomi. Ela já tinha feito a revisão e eu só precisava aprovar. Estava perfeito. Ela era a melhor assistente que alguém poderia ter. Se ela tivesse concorrido para a vaga na mesma época que eu, ela teria conseguido o emprego.

— Está perfeito, Naomi. Você cuidou de tudo muito bem. O que acha de ficar com esse emprego? – perguntei e ela sorriu. Ela sempre achava que era uma piada. Não era. Eu ainda não tinha recebido uma resposta das empresas que eu tinha enviado meu currículo. Na primeira que eu recebesse, eu estaria fora daqui. — Qual é o nosso próximo compromisso?

— Reunião com o CEO. – ela disse e eu deitei minha cabeça na mesa. Eu odiava aquele homem. Além de ser um idiota, ele sempre tinha aquele tom condescendente e paternalista ao falar comigo. E esse maldito tom era reservado apenas para mim, já que eu tinha ouvido ele conversar com outros funcionários e percebido a diferença. — Parece que ele não está feliz com todas as suas ausências.

— Ótimo. Então ele vai me demitir? É perfeito. Vou arrumar minha mesa para economizar tempo. – falei, me levantando e abrindo a gaveta. Eu não estava tentando ser desrespeitosa ou relaxada com meu trabalho, eu tinha programado minha férias na época do casamento de Shea para evitar faltar ao trabalho, eu não tinha culpa que o homem tinha enlouquecido e mandado minha chefe embora. Além disso, eu tive uma emergência familiar e precisei ir ao Texas. Sem falar que, por causa do babaca, minhas férias tinham sido encurtadas.

Talvez eu devesse arranjar um advogado trabalhista e processar o CEO. Isso, definitivamente, iria fazê-lo me demitir.

— Eu não acho que ele vá te demitir. Ele parecia muito impressionado por você ter conseguido administrar uma crise enquanto estava no Havaí.

— Ele causou a crise. Além disso, não fui eu. Eu estava ocupada tendo um colapso após uma crise de ansiedade, que foi causada por estresse. – reclamei. — De qualquer forma, é melhor irmos.

Enquanto caminhávamos para o elevador que nos levaria até o andar do CEO, eu bocejei. Meu corpo estava sentindo os efeitos das poucas horas de sono que eu tinha tido nos últimos dias. Passei minha mão pela nuca e suspirei.

Antes de você (The Heartbreakers #2)Onde histórias criam vida. Descubra agora