Spaces Between Us

Bilhete anônimo

Acordo envolvida pelos braços fortes de Harry.

Seu cheiro me invade mais uma vez, cheiro de lavanda com um toque extremamente masculino.

E é nesses braços que eu tento entender o que aconteceu noite passada.

Fomos jantar. Harry recebeu uma ameaça. Fomos embora. Harry desabou. Eu o consolei e ele quis transar. Eu neguei. Dei chocolate quente e ele dormiu.

Consigo responder a todas as perguntas, exceto uma: quem nos mandaria aquela mensagem horrosa?

- Ainda está pensando na noite passada? - Sussurra Harry em meu ouvido.

- Como sabe?

- Você treme quando está pensando. E além do mais, seus batimentos estão acelerados.

Respiro fundo e me sento, olhando em seus olhos.

- Ainda não entendi como aquilo foi acontecer.

- Aquilo o quê? A minha crise de choro?

- Não. - Torço o nariz. - Aquela ameaça na conta. Como o garçom não viu aquilo?

- Talvez a pessoa que escreveu a mensagem estivesse de complô com o garçom. Ou...

- O próprio garçom escreveu a mensagem.

Entreolhamo- nos.

- Não. - Dizemos em uníssono.

- Mas mesmo assim, ele saiu beneficiado. A gorjeta foi toda pra ele. - Diz Harry.

- Ele pode ter recebido a gorjeta, mas não quer dizer que ele ficou com ela. Ele pode ter entregado a outra pessoa.

- A pessoa que escreveu o bilhete.

- Não há possibilidade de ter sido uma fã que escreveu aquilo?

- Não. Já recebi ameaças antes, mas nada parecido com isso. E envolvendo dinheiro? Sem chance.

- Mas você tem dinheiro, alguma falsa fã pode estar interessada em pegá-lo só pra ela.

- Ameaças de fãs não são assim. Não são sombrias. E geralmente, elas querem que eu...você sabe.

- É o que estou pensando?

- Talvez até pior.

Passo a mão no rosto, enjoada.

- Isso é doentio.

- Não para elas.

- Ok, mudando de assunto. Não foi uma fã, não foi o garçom. Então quem foi?

- Isso minha cara, Katherine, é o que eu pretendo descobrir. E logo.

Ficamos ali nos olhando, pensando em quem teria feito uma coisa terrível daquelas.