Carona para casa

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Mais algumas horas se passam e o voo para Londres parece interminável, até que avisto pequenas luzes lá embaixo.

-Chegamos. -Murmura Harry.

Levanto-me de seu colo para ver melhor a paisagem. Lá embaixo, a Londres de reis e rainhas nem imagina que uma mera garota do Rio de Janeiro está chegando em seu recinto. Mesmo aqui de cima, Londres é linda.

- Está gostando? -Sussurra Harry próximo ao meu ouvido.

- Amando.

Mais alguns minutos e finalmente pousamos em solo inglês.

- Mal posso acreditar que finalmente chegamos! -Exclamo aos pulos.

-Pois acredite, é real.

Sou incapaz de conter o meu sorriso. Eu sei que eu estava louca para não vir para este lugar, mas agora que estou aqui tudo parece tão...mágico.

Visto o casaco para enfrentar o frio intenso de Londres e pego minha bolsa no compartimento de cima. Harry faz o mesmo, pegando uma garrafa d'água e um par de óculos escuros em sua bolsa.

-Vamos? -Pergunta ele.

-Mas é claro.

Caminhamos juntos até o lado de fora do avião e depois nos encaminhamos até o lugar onde posso pegar minha mala.

- Você me disse que estava indo para a casa da sua tia, certo?

- Certíssimo.

- Bem, talvez eu possa te dar uma carona até lá. - Diz ele girando as chaves na mão.

- Seria ótimo. - Digo pegando minha mala com esforço.

- Deixa que eu carrego.

Nos encaminhamos até o estacionamento, onde um belo carro conversível prateado nos espera. Harry abre as portas do carro.

- Você tem o endereço da sua tia anotado aí?

- Com certeza! - Digo lhe entregando o papel que estava no bolso do casaco.

- Perfeito. Preparada?

- Não.  -Digo confusa.

- Então é melhor apertar o cinto.

Harry acelera como eu nunca vi ninguém acelerar em toda a minha vida. Seus cabelos são brutalmente jogados para trás em virtude do vento que vem em seu rosto. Seguro-me firme na beira do banco de couro macio.

Durante a corrida de carro, Harry me mostra diferentes pontos turísticos de Londres, como a London Eye e "o melhor pub da cidade", segundo ele.

Finalmente (e infelizmente) chegamos ao endereço que minha tia me deu.

- Tem certeza de que não quer que eu entre com você?

- Tenho. - Digo com um sorriso. - Minha tia provavelmente virou a noite em algum Happy Hour e está desmaiada no sofá me esperando chegar.

Harry me olha fixamente, como se tivesse medo de que eu sumisse em um piscar de olhos. Atrás dele, o sol começa a se pôr, pintando todo o horizonte de laranja.

- Então - Diz ele. - até logo.

- Até.

- Me liga, hein? - Diz ele entrando no carro.

- Pode deixar.

Ele me olha mais uma vez enquanto gira a chave no carro e acena para mim.

- Tchau. - Diz ele.

- Tchauzinho. - Aceno de volta.

Ele recoloca os óculos e dá partida no carro, me deixando em pé nas escadas da casa de minha tia Margareth com um peso no coração e uma mala cheia de sonhos.

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