EVERY FIRST TIME ; kagehina

Se apaixonar

Tanto Suga, quanto Kenma queriam continuar espiando os dois garotos pra ver se algo mais aconteceria, mas foram impedidos pelo som alto do megafone que preencheu todo os arredores do campo de futebol fazendo até mesmo Kageyama e Hinata saírem de seus transes.
Sugawara amaldiçoou aquele maldito megafone por ter interrompido aquele momento que os dois primeiranistas estavam tendo, nunca saberiam o que teria acontecido caso aquele megafone nunca tivesse tocado.

— Finalmente achei vocês! - disse Suga aparecendo de trás da parede de onde estava, caminhando de encontro com os dois meninos.

Kenma quis rir pela atuação do acinzentado, se o meio loiro não tivesse o visto ali acreditaria facilmente que o garoto havia acabado de chegar no local. Ele apenas esboçou um sorriso de canto e voltou a andar em direção à quadra, onde todos os times das escolas convidadas estariam.

— O que aconteceu com o Hinata? - perguntou Koshi com um olhar preocupado, precisava se manter no personagem.

— Ah... ele caiu e ralou os joelhos! Vou levar ele pra enfermaria. - disse Kageyama ajeitando o ruivo em seus braços.

— Certo, eu levo vocês lá e depois vou avisar o resto do time! - disse Suga começando a andar até a enfermaria com os outros dois.

A caminhada não foi nada longa, não conversaram muito também já que queriam resolver os machucados de Hinata o mais rápido possível.

— Bom... vou deixar vocês aqui e vou lá avisar o pessoal, tá? - disse Koshi na porta da enfermaria.

— Okay, obrigado Suha-senpai! - disse Hinata todo sorridente para o acinzentado.

Suga acenou e saiu dali, caminhando até o local onde o restante do time estaria, claro que deixar a dupla de primeiranistas sozinhas fazia parte do seu plano, afinal queria que ambos descobrissem sozinhos os seus sentimentos um pelo outro, mas não deixaria de dar seus empurrões para ver cenas como aquele do campo de futebol.

— Você realmente não sossega em. - disse Kageyama encostado na parede com os braços cruzados e uma cara emburrada enquanto olhava para Hinata sendo atendido pela enfermeira.

— Ninguém mandou você ficar correndo de mim, Bakageyama! - disse o ruivinho rindo provocativo.

A enfermeira ria do diálogo dos dois meninos, eles tinham uma química compatível e divertida.

— Vocês são muito amigos, não é mesmo? - comentou a enfermeira assim que finalizou de enfaixar os joelhos de Shoyo.

Os dois garotos a olharam com curiosidade e então se entreolharam, era normal todo mundo reparar nessa interação deles? Até mesmo Natsu que era bem mais nova já chegou a comentar sobre isso, para Kageyama e Hinata era uma coisa tão natural e genuína que eles nem se quer reparavam, mas logo passariam a reparar.

— O Kageyama é muito mais do que meu amigo! - afirmou o ruivinho, atraindo atenção tanto de Kageyama, quanto da enfermeira, esta que arregalou os olhos.

— Desculpe, eu não sabia... mas até que agora faz mais sentido! - disse a enfermeira pensativa e logo esboçando um lindo sorriso.

— Como assim? - indagou Tobio.

— Você é mais do que meu amigo, ué. - repetiu Shoyo mais uma vez.

Tobio sentia seu coração palpitar e ficar cada vez mais acelerado após tais palavras saírem da boca do mais baixo. Um sentimento de expectativa cresceu dentro do peito do moreno, as borboletas laranjas apareceram em seu estômago e faziam uma bagunça.

— Esqueceu que sua mãe disse que me considera filho dela? Logo , eu sou seu irmão? - disse Hinata sorrindo abobado.

A enfermeira olhou para o moreno alto e viu que a reação do mesmo não foi boa, parecia que ele esperava algo do ruivo, mas no final criou expectativas demais.

— Ah sim. - murmurou o moreno. - Já acabou ai?

— Já sim, estão liberados. - anunciou a enfermeira se levantando e indo guardar as coisas.

— Então vamos, Boke. - disse Kageyama indo pra fora da enfermaria.

— Obrigado, moça. - disse Shoyo quase saindo da enfermaria, mas foi parado pela enfermeira.

— Hinata, né? - o ruivo assentiu. - Você só considera aquele garoto como amigo mesmo?

Shoyo fez uma cara confusa, não havia entendido o que a mulher queria dizer com aquela pergunta.

— Pelo visto você nem mesmo sabe o que quero dizer... - disse a mais velha rindo sem graça.

— Não tenho ideia! - afirmou o alaranjado fazendo ambos rirem.

— Então deixa pra lá... De qualquer forma o assunto não é meu. - a mulher se afastou de Shoyo.

— Por que? Do que eu deveria considerar o Kageyama? - perguntou Shoyo curioso se aproximando da mais velha.

— Você alguma vez já se apaixonou, Shoyo-kun? - a mulher pôde ver a cara pensativa de Hinata e riu pela concentração do menor em pensar em uma resposta para a pergunta dela.

— Já sim! - disse Hinata sorrindo e fazendo a moça arregalar os olhos, esta que esperava uma resposta negativa. - Sou apaixonado por vôlei.

A enfermeira quis rir alto na mesma hora, mas se segurou. O ruivo era mesmo bem ingênuo, até demais.

— Não, Shoyo-kun. Se apaixonar por uma pessoa. - disse a mais velha sendo mais específica.

— Oh... Acho que não, eu nunca prestei muita atenção nisso... - confessou Hinata coçando a nuca.

— Estava ocupado demais jogando vôlei, não é? - o ruivo assentiu. Enquanto a enfermeira cuidava dos machucados de Hinata minutos mais cedo, os garotos contaram à ela que vieram para Nekoma jogar o amistoso de uma semana.

— Mas o que isso quer dizer? - indagou o alaranjado.

— Você vai saber quando a hora chegar! É melhor ir... seu amigo  deve estar te esperando. - disse a mais velha dando ênfase no "amigo".

— Certo... Ah, qual seu nome? - perguntou Hinata pronto para sair da enfermaria.

— Yuu Kimi. - Hinata sorriu e acenou.

— Até qualquer dia, Yuu-san.

A mais velha acenou de volta com um sorriso. Ela esperava que os dois garotos não demorassem a ficar juntos, assim como Sugawara.

Kageyama havia escutado toda a conversa, já que deu falta do mais baixo berrando ao seu lado e acabou por voltar e ouvir a conversa toda.

" — Se apaixonar?" - pensou Tobio.

O moreno também nunca havia se apaixonado, sempre foi focado em vôlei desde que se entende por gente, nunca se viu amando outra coisa, mito menos alguém. O mais alto perguntaria sobre isso à Sugawara depois.

— Desculpa a demora, Bakageyama. - disse Shoyo assim que viu Kageyama encostado na parede de braços cruzados.

— Tudo bem, agora vamos... - disse o moreno colocando as mãos no bolso da calça e começando a caminhar com um ruivinho saltitante atrás de si.