Eu também gosto de você

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Quando o soar do apito se fez presente, Yamaguchi lançou mais uma vez um de seus saques poderosos.
O jogo estava acirrado 18 × 18, ninguém querendo largar mão da vitória, a sorte cada hora mudando de um lado.

— Merda. Eles são realmente bons! – disse Hinata secando o suor da testa com as costas da mão.

— Droga. – bufou Tanaka irritado.

— Kageyama! – chamou Asahi.

— Sim?

— Quando as coisas ficarem feias, jogue pra mim sem exitar! – a pose de confiante e palavras firmes de Asahi, fizeram todo o time sorrir com a moral levantada.

— Vamos destroçar todos eles. – disse Tanaka com um sorriso de canto enquanto socava a palma de sua mão com o punho cerrado.

Oikawa por estar próximo da rede, ouviu aquele desaforo e observou o ponto fraco do time adversário. Ninguém menos que o próprio levantador, Kageyama Tobio. Caso ele ficasse sobrecarregado e estressado demais, o time desmoronaria.

— Tobio-chan... – chamou o castanho com um riso sádico. – A rejeição da tal declaração fez isso com você, hum?

Kageyama arregalou os olhos e a Karasuno também ficou um pouco surpresa. Afinal, do que Oikawa estava falando? Que declaração? Que rejeição?

— Você é o rei da quadra, Tobio-chan! E você trabalha melhor sozinho, é assim que funciona. – comentou ácido, Tooru.

Kageyama estava irritado, muito irritado. Mesmo sabendo que aquilo era uma cilada, uma emboscada perigosa e ardilosa, ele não conseguia evitar de cair nela. Em quesito mental, Oikawa já havia vencido esse jogo.
Hinata não sabia que Oikawa havia escutado a conversa particular dele e de Kageyama, e isso o intrigou com tal comentário tão baixo para o meio de uma partida.

— Ele não é melhor sozinho! – se pronunciou Hinata.

Kageyama até então estava cabisbaixo tentando canalizar sua raiva, mas assim que Shoyo se pronunciou, todo o estresse pareceu sumir. Ergueu um pouco a cabeça, o suficiente para encarar o ruivo.

— Como é? – disse Oikawa deixando o sorriso de canto morrer aos poucos.

— O Kageyama é melhor quando está comigo! Diferente e você ele procura mudar e se esforçar muito para fazer os melhores levantamentos pra gente! – disse Hinata bem perto da rede.

— Hinata... – chamou Kageyama, atraindo a atenção não só do ruivo, mas também do castanho.

— E não foi uma rejeição! – dessa vez o alaranjado dizia olhando nos olhos do moreno.

— Que? – indagou Tooru um pouco surpreso.

— Não foi uma rejeição que eu dei à ele. É verdade que fiquei em choque porque eu não esperava que o Kageyama me dissesse aquilo.

Kageyama tentava processar as informações que tava recebendo, seu coração palpitando fortemente.
Hinata se aproximou do jovem levantador e segurou uma das mãos do moreno, alisando a pele dali em um carinho gentil. O sorriso e brilho nos olhos nunca abandonando a face do ruivo, o deixando ainda mais radiante.

— Desculpa ter ficado daquele jeito antes...

— Não é culpa sua... Tá’ tudo bem. – tranquilizou Tobio.

— Não está tudo bem! – disse Shoyo após respirar fundo.

O alaranjado olhou em volta, toda a torcida observando a cena com curiosidade, até encontrar dois rostos familiares, estes sendo sua mãe e Natsu. A Hinata mais velha sorria largo, igualmente a Natsu, ambos transmitiam apoio imenso ao pequeno corvo.
Shoyo soube que com aquele apoio das duas pessoas que mais lhe eram importante, não teria medo de ser feliz e muito menos das próximas palavras que diria.

EVERY FIRST TIME ; kagehinaOnde histórias criam vida. Descubra agora