Chegue aos nacionais

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Era seis e doze da manhã e todos já haviam acordado. Todos os times que foram convidados para este amistoso em conjunto de uma semana, estavam prontos para zarpar.
Na noite anterior, após o beijo de Tsukishima e Yamaguchi, os dois meninos ficaram andando juntos por mais um tempo, perambulando pelos corredores de mãos dadas. Pouco tempo depois eles voltaram para o dormitório como se nada tivesse acontecido, mas para todo bom observador, meia palavra basta.

Sugawara, nosso especialista em cuidar dos primeira e secundaristas, não deixaria passar esse detalhe em branco.

Todos os garotos não demoraram a dormir em seus conchonestes.
Naquela madrugada, em exceção, Kageyama estava inquieto olhando para o teto. Por mais que o moreno fechasse os olhos no intuito de dormir de uma vez, pois sabia que acordaria cedo, o sono não vinha, na verdade ele parecia ainda mais distante conforme suas tentativas de adormecer ficavam cada vez mais repetitivas. Isso o tirou do sério.

Mas na verdade sua falta de sono tinha nome e sobrenome, este sendo Hinata Shoyo.

Desde que o moreno teve aquela conversa com Kuroo, tudo ficou ainda mais bagunçado em sua cabeça, não que não fosse antes, mas agora parecia que tudo iria explodir.
Era novidade para Tobio esses sentimentos tão avassaladores por alguém, ainda mais quando esse alguém é seu melhor amigo, o seu duo e seu colega de time. Perguntas surgiam na cabeça do moreno, algumas sendo “Quando isso aconteceu?”, “Por que o Hinata?”, “Eu realmente amo ele?”, “Por que não percebi antes?”, “Tem alguma possibilidade do sentimento ser recíproco?”.

Essa última pergunta tocou num novo tópico.

Esse sentimento tinha chance de ser recíproco?

Com essa grande questão rondando a mente de Kageyama, o moreno passou a madrugada acordado se revirando na cama sem conseguir pregar os olhos.

— Bakageyama! – chamou o ruivinho saltitante correndo em direção ao maior.

— O que foi, Boke? – respondeu Tobio mal-humorado logo pela manhã. Odiava acordar cedo, mesmo não tendo dormido nada, mas ninguém ali precisava saber.

— Vem, vamos nos despedir do Kenma e do pessoal da Nekoma! – Kageyama não teve nem tempo de recusar, visto que foi arrastado até os outros pelo ruivo baixinho.

Enquanto Hinata abraçava exageradamente Kozume, Tetsuro e Kageyama viam tudo lado a lado. Kuroo claramente ria por achar divertido ver a feição de “socorro" estampada em todo rosto de Kenma durante o abraço, o meio loiro não era acostumado com tanto contato físico assim, mas não era como se ele não gostasse, só realmente nunca teve alguém para abraçá-lo tanto como Shoyo o abraçava.
Tetsuro se sentia feliz por Kenma ter feito um novo amigo e um que o deixasse bem confortável, em momento algum o moreno sentiu ciúmes da interação de Kozume com Hinata, sabia que o alaranjado era uma boa pessoa, ele era de fato bem cativante.

— Com ciúmes? – perguntou Kuroo desviando o olhar para o moreno ao seu lado.

— Claro que não! – respondeu Tobio virando o rosto com uma cara feia.

— Sei. – riu. – Mas e ai... Quando vai contar pro baixinho sobre... Bem, você sabe o quê. – indagou Tetsuro com as mãos no bolso da calça de moletom.

A verdade era que até mesmo Kuroo estava curioso para saber o que Kageyama faria com seus sentimentos. O mais alto se perguntava se Kageyama teria coragem de contar tudo para Hinata, afinal, ele mesmo não teve para fazer tal confissão ao seu amigo de infância.

— Eu não sei... – respondeu Tobio de forma sincera. – Na verdade a única coisa que passa na minha cabeça agora é se tem chances dele sentir o mesmo por mim.

EVERY FIRST TIME ; kagehinaOnde histórias criam vida. Descubra agora