6. o "ele"

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Langa se encontrava de ponta cabeça e com as pernas na parede do quarto, quase derretendo no tapete. Reki estava relaxa encostando as costas na cama. Se inclinou para pausar e tirar dos créditos do mini-filme que estavam assistindo


— O que achou? – perguntou entusiasmado se virando para ele. Sua expressão entediada e cansada revelava o quão interessado estava – Você nem prestou atenção, né? – seu entusiasmo caiu.

— Não é isso. – se virou, apoiando a cabeça nos braços cruzados próximo das coxas de Reki – Eu não entendi direito. E está tão calor que eu mal consigo entender o que você fala.

— Isso é verdade. Um ventilador seria tão bom... – sorriu esperançoso.

— Mas você quebrou o seu.

— Não foi minha culpa! Aquele gato literalmente invadiu meu quarto!

Reki desligou o notebook e se deitou no chão ao seu lado, rolando até bater contra o guarda-roupa. Sua mente esclareceu como se uma lâmpada tivesse sido acendida. Se sentou rapidamente.

— O que?

— Vamos tomar sorvete!

Langa sorriu e se sentou, juntando o sinal de arma que Reki tinha feito com o seu.

Pularam do chão, Reki tirou a tampa de seu confrinho e tirou algumas notas dali. Ambos saíram do quarto e passaram pela sala. Graças a Deus, as irmãs estavam na parte de trás com a avó e não veriam. Colocaram seus sapatos e com seus skates foram até a rua de feiras e comércio. Tinham várias sorveterias abertas. Todas na mesma esquina. Uma baita concorrência. Ambos decidiram ir na que tinha o desenho de um coelho sorridente. Reki pediu um de chiclete e Langa um de baunilha. Sentaram-se na mesa que tinha do lado de fora, um de frente para o outro, segurando os skates dentre as pernas.

— Vai, fala. – Reki tirou um pedaço do seu sorvete com a colher de coelho – Se você podesse comer só um sabor de sorvete pelo resto da sua vida, qual seria?

Langa pensou por um tempo. Era muito raro tomar sorvete. Ele sempre pedia de baunilha ou de morango, não conhecia muitos sabores.

— Eu acho que baunilha. É meio clássico, mas eu gosto bastante.

Reki arqueou as sobrancelhas. Encarou a expressão pensativa do amigo sentado a sua frente e depois para seu sorvete. Tirou mais um pedaço do sorvete com a colher e estendeu a ele.

— Eu te dou se você me der.

Langa sorriu e tirou um pedaço da baunilha e estendeu para Reki. Comeram os sabores revezados no mesmo instante, saboreando e abaixando as colheres em sincronia.

— É clássico, mesmo. Mas eu também gosto bastante. O que achou do chicletes? – perguntou para ele que estava com a cabeça abaixada – Langa?

Ele levantou a cabeça com brilho nos olhos, sorrindo de orelha a orelha. Parecia uma criança que tinha acabado de descobrir o quão chocolate pode ser incrível.

— É incrível! Eu amei! Inclusive, quero mais. Quero muito mais!

— Ei, ei.. – riu e segurou seu ombro, o forçando a continuar na cadeira – Se acalme. Depois que terminarmos esse, a gente pega mais.

Ele concordou. Reki listou todos os sabores que gostava enquanto Langa roubava do seu sorvete. Depois, pegaram outra casquinha só que maior. Uma para os dois. Com direito a duas bolas! Enquanto comiam e caminhavam, foram andando pelo comércio. As feiras de comida estavam todas abertas e o cheiro de salgados frescos os faziam suspirar. Reki se xingou por não ter pego mais dinheiro.

motoboy - Renga[Reki x Langa]Onde histórias criam vida. Descubra agora