Semanas corriam e os protagonistas dessa história não percebiam, não saiam da rotina. Reki teve duas notas vermelhas no seu boletim, em matemática e em física. Com isso sua mãe o proibiu de sair a noite ou de ver Langa durante a semana, desde que não fosse para estudar. Langa se sentia cada vez mais inseguro e ansioso com essa separação. No fim de semana anterior, os dois não puderam se ver porque Reki viajou e Langa saiu com a sua mãe, assim como aconteceu no fim de semana antes desse. Os dois tinham saudades um do outro. Tanta saudade que Langa foi checar se Reki estava online nas redes sociais em plena meia noite, quando seu coração estava acelerado e ele sentia que os minutos não passavam, quando sua cabeça rodava a mil por segundo.
Graças a algum milagre, Reki tinha acabado de respostar um vídeo sobre um skatista famoso em seus stories. Langa suspirou. Sem pensar muito, pegou o capacete que estava no canto do quarto e lentamente saiu de casa, cuidando para não fazer barulho. Pegou sua moto e dirigiu até a casa de Reki, que tinha todas as luzes apagadas. Estacionou no canto e procurou qualquer pedrinha minúscula para atirar na janela do quarto do ruivo. Não houve sinal algum, então Langa atirou outra pedra. A cortina se mexeu. Reki colocou a testa no vidro e depois o abriu.
— Langa? O que você está fazendo aqui? – sussurrou em um grito – É meia noite, minha mãe já está dormindo e você também deveria estar.
Ele permaneceu em silêncio, encarando o chão e deixando a perna pular em ansiedade.
— Langa?
— Me perdoe por estar aqui tão tarde e sem avisar, mas eu estava com saudades. Posso entrar?
Foi a vez do ruivo ficar em silêncio. Ele pensou por muito tempo. Terminou de abrir a janela e suspirou.
— Entre. Só não faça barulho.
Ele subiu na lixeira e ficou de costar para a parede, se apoiando nas próprias mãos e sentando no parapeito. Virou as pernas para dentro do quarto, tendo a ajuda de Reki para descer. Parou em pé a sua frente, mas não disse uma palavra sequer.
— Você está bem? – o ruivo perguntou tirando as mãos do quadril do namorado e cruzando os braços.
— Hum, não muito... Eu precisava de você.
— Por que? O que houve?
— É que...
Mesmo que ele lutasse contra, não podia impedir sua voz de sair trêmula. Engoliu em seco, mas tudo parecia estar entalado e embolado. Umedeceu os lábios e finalmente levantou a cabeça para olhar Reki, que estava sem sua bandana, com uma bermuda qualquer e uma camisa de sapinhos. Respirou profundamente. A feição de preocupação do ruivo o deixava com um mar de emoções. Soltou as mãos do parapeito para envolver sua cintura dentro de seus braços, o apertando.
— Obrigado por deixar eu entrar. Eu precisava do seu abraço. – apoiou o rosto na curvatura de seu pescoço, deixando seus olhos se encher de água.
— O que aconteceu? Alguém fez alguma coisa pra você? – Reki perguntou preocupado, abraçando seu pescoço.
— Não, não foi isso... – disse em um tom choroso – Eu só estava nervoso e precisava de você.
— Aí, meu deus. – riu nervoso e o apertou, adentrando seu cabelo com as mãos – Está melhor?
Ele concordou murmurando, mas não soltou do abraço. Reki passou a acariciar seus cabelos, arrepiando-se conforme o namorado respirava seu pescoço. Langa o apertava com força, segurando o tecido de sua camiseta, lentamente se acalmando. A tremedeira de seu corpo já ia embora e a respiração voltava ao normal, mas as pequenas lágrimas ainda escorreram.
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motoboy - Renga[Reki x Langa]
Fanficonde Reki Kyan começa a pedir lanches no mesmo lugar quase todos os dias só para ver o motoboy dos cabelos azuis e acaba ficando próximo dele. [CONCLUÍDA]