22. O começo da viagem

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Nanako olhou para o quadro com a foto do ex marido e respirou fundo. O famoso pensamento "O que o Oliver faria?" veio a cabeça. Ela deixou a carne em cima da mesa e se sentou numa cadeira vazia, cortando as melhores partes da carne.

— Você vai ficar na casa de um estranho.

— Ele não é um estranho, mãe. Ele é meu amigo, e é amigo do Reki, principalmente.

— Por que vocês dois seriam amigos de alguém com vinte e cinco anos?

— Bem, porque ele é legal. – desligou o fogo de uma panela de lámen e escorreu toda a água quente na pia com cuidado – Não é a primeira vez que todos eles viajam pra essa casa. E Reki vai estar lá, mãe.

Ela respirou fundo. Largou a faca e se virou para Langa.

— Mas o que vocês vão comer? Eles sabem cozinhar? São de confiança?

— Mãe, o Joe é chef de cozinha.

— Quem é Joe?

— Nosso amigo. O mais velho.

Langa despejou o lamen numa tigela e deixou em cima da mesa, arrumando as coisas. Ele se aproximou da mãe e abraçou os seus ombros.

— Eu vou ficar bem.

— Ah, Langa! Eu só fico preocupada porque você nunca viajou aqui em Okinawa.

— Mas e daquela vez em que fomos no morro do macaco?

— Aquilo foi diferente. Eu estava junto. – soltou do seu meio abraço ajeitando a franja que caía no olho – Por que você quer tanto ir lá?

— Porque o Reki vai estar lá. Eu quero passar esse tempo com ele. E a última vez que eu viajei com amigos foi no Canadá quando eu tinha quinze anos, mãe. Agora eu tenho dezoito.

Ela riu e mandou ele se sentar, concordando com a cabeça. Langa nunca insistia em algo que a mãe falava que não tinha certeza, pelo menos não até aquele momento. Os dois se arrumaram pra comer.

— Como está indo você e ele? – ela perguntou com um sorriso bobo. Langa olhou para ela e desviou, balançando a cabeça e sorrindo bobo também – Tudo bem entre vocês?

— Sim, sim... Está tudo bem.

— E o encontro aquele dia? Você não me contou os detalhes!

Langa se encolheu.

— Sério, mãe. Eu preciso fazer isso?

Nanako deu risada e voltou a dar atenção a sua comida.

— Okay, tudo bem... – disse rindo e voltou a comer.

Eles ficaram em silêncio por um tempo, até Nanako começar a falar dos estudos de Langa e como ele precisava de umas aulas de caligrafia. "O Cherry é caligrafista", disse ele e então prometeu que ia pedir ajuda a ele. Nanako sentiu uma pontada de dor no coração assim que Langa inventou a palavra "Caligrafista".
X
Reki estava arrumando sua bolsa enquanto cantarolava um pop japonês com a porta do quarto entreaberta. Colocou camisetas e calções na mochila, o suficiente para três dias. A cada peça de roupa que ele pegava ele pensava se Langa iria gostar, o que iria falar, e se iria prestar atenção. Era até um pouco bobo ele encenando as cenas com o ar. De repente Koyomi apareceu na porta mastigando uma maçã. Ela estava com o cabelo solto, diferente dos outros dias.

— Vai viajar com os meninos, né?

— Sim.

— É aniversário do Miya?

— Sim. – ele dobrou uma calça e colocou no fundo da mochila. Koyomi se encostou no batente da porta.

— O que eu devo dar pra ele?

motoboy - Renga[Reki x Langa]Onde histórias criam vida. Descubra agora