motoboy - Renga[Reki x Langa]

20. O encontro

As 18:25 do sábado chegou. Reki se olhou no espelho pela última vez, se sentindo finalmente bem com alguma coisa. Usava uma camisa amarela larga e uma calça preta mais justa. Vestiu um colar com um pingente de pedra natural, checando o cabelo mais uma vez e passando o perfume mais uma vez. O celular de Reki vibrou e ele viu que era Langa que ligava, assim como ele tinha dito que faria quando chegasse na frente da casa. Reki se alertou e pegou uma jaqueta musgo. Saiu correndo e deu um beijo na bochecha de sua mãe.

— Eu volto antes das dez, prometo. – disse apressado e abraçou as irmãs pequenas brevemente.

Ele saiu pela porta e virou de frente para Langa que estava mexendo no celular em cima da moto apoiado no guidão. Ele vestia uma blusa preta de gola alta com uma corrente prata pequena. Usava uma calça jeans lavada e um all star preto, diferente do all star vermelho de Reki.

— Ah. – Langa desligou o celular e colocou no bolso traseiro da calça lavada, olhando Reki de cima a baixo e um pouco impressionado. Ele não estava muito diferente do habitual, mas estava mais lindo do que nunca – Oi.

— Oi. – Reki se aproximou vestindo a jaqueta musgo. Pegou o capacete que estava no pulso de Langa e colocou na cabeça, subindo na moto assim que Langa se ajeitou.

— Você está lindo. – Langa disse baixinho segurando a mão dele sobre sua cintura.

— Idiota. Onde você vai me levar? – o segurou mais forte e se aproximou um pouco mais.

— Você vai descobrir.

Reki não questionou mais. Langa acelerou a moto e eles então foram. Reki observou todo o caminho pra ver se reconhecia o lugar para que estavam indo, mas não chegou a nenhuma conclusão. Langa mandou Reki fechar os olhos e entrou num estacionamento que tinha bastante árvores e arbustos bem verdes. Reki fechou os olhos, mas os abriu um pouco, e percebeu que estavam entrando no estacionamento de um parque próximo, onde ele costumava levar as irmãs. Reki desceu da moto logo seguido de Langa, que abriu o banco da moto pra pegar uma mochila preta. Langa o chamou e Reki foi atrás. A entrada do parque era direto numa ponte de madeira, e embaixo tinha um lago que começava a ficar de um azul escuro, com alguns patos e alguns cisnes. Langa o levou até um espaço de grama que ficava mais afastado perto de um trepa-trepa para crianças.

— Eu acho esse lugar calmo. – disse Langa antes de tirar uma toalha fina da mochila e estender no chão de grama – É aconchegante.

— É... – Reki concordou e se sentou na toalha, observando as poucas pessoas que ainda tinham ali irem embora. Crianças pediam para ficar mais e conversavam animadamente com outras crianças; alguns jovens iam embora com suas coisas; algumas pessoas com roupas de academia caminhavam ou andavam de patinete; outras pessoas em grupo apareciam para jogar bola ou vôlei no espaço que mais tinha grama.

Langa tirou duas latas de Coca-Cola da mochila e estendeu uma para Reki, se sentando ao lado dele. Por algum tempo, eles não disseram nada, apenas observando o céu ficar cada vez mais azul.

— O que você achou? – Langa perguntou baixinho – Isso é bom para um primeiro encontro?

— É, isso é. – concordou com a cabeça. A lua redonda já brilhava bastante.

— Você não parece muito feliz com isso.

— Eu estou, juro.

Langa desviou o olhar e roeu um pouco das unhas.

— Não precisamos ficar aqui se não quiser.

— Está bem, Langa. Eu gosto daqui. – dobrou uma perna e apoiou um braço por cima do joelho. Langa o olhou por uma última confirmação e Reki sorriu, um pouco corado – Eu acho que só estou nervoso pra cacete pra poder fazer qualquer coisa, na verdade.