Capítulo 10

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Acordei e fui me arrumar.

Hoje o dia seria longo e tinha que arrumar tudo na minha filia para fazer a transferência de cargo para a sede.

Cheguei na empresa e todos me encaravam com um olhar triste.

Bati na porta de George e ouvi um 'Entre'.

Abri a porta e dei de cara com meu amigo.

George era um homem muito bonito da pele bronzeada e com os olhos cor de mel. Seus cabelos eram torrados pelo sol dos dias em que resolvia surfar. Além disso, ele era muito educado.

-Você já está sabendo da novidade, correto? - eu perguntei me sentando em um dos sofás.

Ele balançou a cabeça.

-Todos já sabem - falou.

Arrumei minha franja e sorri.

-Preciso que fique no meu lugar - falei.

Seus olhos estavam preocupados e ele me encarava com dúvida.

-Eu posso te ajudar, Liz, mas isso aqui precisa de você - ele falou com os braços indicando o prédio.

-Uma hora ou outra eu vou ter que sair daqui, ou se esqueceu que meu objetivo é ser a chefe de tudo? - brinquei.

Ele se jogou na cadeira e começou rodar ela como uma criança.

-Tudo bem, Liz, eu vou cuidar das coisas até que você volte - ele disse incisivo.

Sorri em agradecimento.

-Tenho que ir para a sede agora, meu pai me ligou pedindo para eu passar lá - falei.

-Te dou uma carona, tenho uma reunião com o senhor Dublei - ele disse o sobrenome errado de propósito e eu ri.

Levantei a chave do meu carro, indicando que eu tinha vindo motorizada.

-Ah, nem vem, estamos indo para o mesmo lugar - ele disse me empurrando para fora da sala. - Ir em dois veículos é uma agressão aí meio ambiente.

-E desde quando liga para isso? - ironizei.

Ele me olhou com cara feia.

-Desde sempre e você deveria fazer o mesmo - falou bravo.

Ah, esqueci de acrescentar, George também era um ativista e sempre que possível ia em alguma manifestação a favor de algo relacionado ao meio ambiente.

Uma vez ele até participou de um resgate (ou proteção) de tartarugas ou algo assim. A forma como me contou, pareceu algo muito legal.

-Tudo bem, senhor - eu disse erguendo os braços em desistência.

No percurso até a sede eu expliquei a ele toda a minha agenda para as próximas semanas e conversamos um pouco sobre o andamento da empresa.

A conversa com George fluía naturalmente, era quase impossível ver o tempo passar quando estávamos juntos.

Chegamos ao térreo e começamos a caminhar até o elevador.

-Vamos em uma balada hoje? - ele perguntou. - Podemos chamar a Jéssica.

-Hoje não dá, tenho compromisso - falei.

Gegê me olhou por um tempo.

-Que compromisso? - perguntou com curiosidade.

Não queria mentir para o meu melhor amigo e muito menos lhe contar meias verdades. Mas não tinha como dizer a ele a verdade sobre aquela situação.

CASAMENTO DE FACHADA: HERDEIROSOnde histórias criam vida. Descubra agora