O bom de o almoço ter sido serviço é que todo mundo estava ocupado mastigando e assim não sobrava tempo para falar alguma coisa.
De uma forma geral, todos se acalmaram, mas a expressividade dos olhares era enorme.
-Aqui, coma mais um pouco - Arthur disse ao colocar mais um pedaço de carne no meu prato.
Eu sorri e percebi que minha madrasta me olhava com cautela.
-Agora que está prestes a se casar, creio que vai largar a empresa - ela falou.
O desejo de Gorete sempre foi deixar seu filho como único herdeiro do conglomerado. Por ela, eu e Debie poderíamos desaparecer e nunca mais voltarmos.
-Muito pelo contrário, continuarei firme e forte no meu cargo - falei.
Minha madrasta riu sarcasticamente.
-Você é bem ambiciosa, não acha, minha amada? - ela sorri inocente. - Casa com um homem rico e ainda fica com olho grande no dinheiro do seu pai.
Agora era minha vez de rir.
-De interesse em dinheiro você entende bem, né Gorete? - outra gargalhada saiu da minha garganta. - Mas não se preocupe, não estou com Arthur pelo dinheiro dele, afinal eu tenho o meu. E também não vou deixar a empresa para que você coloque seu filho mimado no meu cargo.
Ela me olhou fingindo estar ofendida.
-Olha, Sérgio, como ela me trata - falou.
Meu pai colocou a mão na testa e massageou as têmporas.
-Gorete, você procurou - ele finalmente respondeu. - Eliz, seja mais cortês com sua madrasta - se virou para mim.
-Só falei verdades - disse.
-Eliz - ele me repreendeu.
Minha madrasta ficou com uma cara de poucos amigos.
-Pobre garota.. tem que suportar uma mulher tão vulgar - disse a mãe de Arthur.
Isso pegou a todos de surpresa.
-Oi? - disse Devanir surpreso.
-Esta na cara que a esposa do Sérgio não sabe fazer outra coisa além de menosprezar as filhas do homem que ela chama de marido - a mulher disse com indignação.
Olhei para Arthur, confusa, e ele deu de ombros.
-Quem você pensa que é? - minha madrasta gritou para a mulher.
-Cale a boca, Gorete - gritou meu pai.
Cristiane riu.
-Eu sou alguém que não precisou seduzir o marido de outra pessoa para estar onde estou agora - falou com desdém.
Olhei para minha mãe e ela encarava Cristiane admirada.
-Cris - repreendeu Devanir.
Amelia tentava manter a compostura, mas estava claro que ela queria rir.
-Acho que já estamos todos cientes que a Gorete é uma serpente interesseira, poderíamos voltar a comer? Estou aguardando a sobremesa - falou Debie.
-Debora - repreendeu meu pai.
Minha irmã revirou os olhos e se ajeitou na cadeira.
-Olha o problema que você causou, Eliz - disse meu irmão.
-Meu caro, calado você é um poeta, então evite abrir a bora para não sair tanta merda - cortei ele.
Ele abriu a boca para falar algo, mas sua mãe segurou sua mão.
-Elizabeth, você também? - meu pai perguntou com raiva.
-Você viu que eu estava quieta na minha e ela que começou - ergui as mãos como se demonstrasse inocência.
Meu pai bufou.
-Será que não conseguimos ter um almoço normal em família? - meu pai perguntou.
-Não - respondemos eu e Débora em uníssono.
Ele olhou para nós duas e bufou novamente.
-Dessa vez pelo menos está tranquilo - sussurrei para Arthur.
Ele me encarou.
-Tranquilo? Essa é a sua definição de tranquilidade? - perguntou.
Olhei envolta e assenti.
-Meu Deus, não imagino o que seja o caos nessa casa, então - falou.
-Nem queira imaginar - falei.
Por sorte, a conversa retomou a atenção para nós dois.
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CASAMENTO DE FACHADA: HERDEIROS
Romance(NOVA CAPA); Créditos da capa para: @Baby-Blue-Galaxy Elizabeth Hamons e Arthur Morais são os herdeiros perfeitos. Ambos tem a mesma ambição: conquistar a aprovação de seus pais e serem os responsáveis pelas suas respectivas empresa. No entanto, s...