Capítulo 56

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Chegamos ao almoço e notei que todos já nós aguardavam sentados a mesa.

-Ela aceitou? - perguntou Cristiane, mãe de Arthur.

Arthur balançou a cabeça positivamente, com um enorme sorriso no rosto.

-Aaaaaaah - gritou Devanir, contente. - Boa filhão.

Na mesa, além da família de Arthur e a minha família, haviam poucas pessoas diferentes, mas todos aplaudiram.

-Nem vinda a família, Liz - Cristiane disse vindo em minha direção e me dando um abraço. Em seguida sussurrou em meu ouvido: - Obrigada por fazer meu filho feliz.

Ela tinha um enorme sorriso no rosto e nem parecia a mulher que vi no outro almoço.

-Sei que fui muito dura, mas é que era contra essa história de fingir um casamento - ela me confidenciou. - Mas vi que você era uma boa garota e vítima de toda essa situação. Fora que meu filho é perdidamente apaixonado por você.

-Mãe - Arthur falou.

Nós duas rimos.

-Venham, se sentem - senhor Devanir nos chamou falou.

Nós acomodamos ao lado de um casal que não conhecíamos.

Senhor Devanir ficou em pé e limpou a garganta, no intuito de chamar a atenção de todos.

-Queria aproveitar a presença de todos para fazer uma pronunciamento - falou.

Todos o encararam, curioso.

-Nao vou fazer rodeios, então... - ele começou. - Estarei me aposentando e deixando meu cargo de CEO para meu filho, Arthur - ele se virou para o rapaz e sorriu. - Eu tenho muito orgulho do homem que se tornou.

Arthur estava sem reação ao meu lado e eu lhe dei uma leve cotovelada.

-Obrigada, meu pai - falou, finalmente.

Todos que estavam a mesa o parabenizaram. Eu estava contente em ver ele tão empolgado, afinal ele tinha trabalhado para conquistar aquilo.

Inevitavelmente olhei para meu pai. Ele tinha uma expressão triste em minha direção.

Seguimos o resto do almoço calmamente, mas Arthur não parava de sorrir.

Meu pai se levantou e sentou na cadeira vaga ao meu lado. Retirou de seu bolso um papel e o colocou na minha frente.

-Sei que não mereço o seu perdão, mas não me culpe por ainda querer tentar - ele sussurrou.

Encarei o envelope por um longo tempo, até decidir abrir.

Dentro havia vários papéis.

-O que é isso? - perguntei ao notar o conteúdo dos documentos.

-Passei boa parte das ações para o nome de vocês três - falou. - Você, atualmente, é a acionista majoritária da empresa.

Ele apontou alguns número nas folha.

-Nao estou tentando lhe comprar, só estou lhe dando o que é seu por direito - concluiu.

-Eu não vou voltar para empresa - falei.

Ele suspirou.

-Sim, eu sei - disse. - Mas estou muito orgulhoso do que conseguiu conquistar.

-Obrigada, pai - falei.

Ele sorriu e voltou para o seu lugar.

Arthur me olhava com ternura.

-Venha, quero te mostrar uma coisa - ele disse próximo ao meu ouvido.

Devolvi o envelope a meu pai e o segui.

Arthur me levou para dentro da mansão até um quarto enorme.

-Que lugar é esse? - perguntei.

-Meu quarto - falou.

Olhei envolta e sorri.

Arthur foi até uma gaveta e procurou algo. Em seguida, voltou com uma gravata azul marinho nas mãos e a passou pelo meu pescoço.

A peça estava parcialmente desbotada, mas ainda assim era linda.

-Que lindo - falei.

Ele passou a gravata pelo meu pescoço e fez um nó perfeito.

-Obrigada - falou de repente.

-Não fiz nada - falei.

Arthur sorriu e indicou a gravata.

-Você me deu motivos e me incentivou a ser alguém - falou. - Você me mostrou que eu poderia ser uma pessoa melhor. Você me deu coragem e esteve comigo todos esses anos.

Eu ainda não o entendi e me limitei apenas a sorrir e tentar conter o sangue em minhas bochechas.

-Essa grava você me deu no dia em que nos conhecemos - ele falou.

Como um estalo na memória, o dia inundou meus pensamentos.

-Você a guardou por todo esse tempo? - perguntei ao pegar o pano maravilhada.

Ele balançou a cabeça.

-Ela virou minha gravata da sorte - disse. - Sempre a uso quando me sinto encurralado, é como se você estivesse ao meu lado me encorajando.

Eu sorri.

Olhei atentamente para o tecido. Ele o havia guardado por tanto tempo.

-Comprei várias gravatas parecidas, mas nenhuma era como essa - disse com um sorriso bobo nos lábios.

Eu o beijei.

-Voxe é incrível - eu disse ao me afastar.

Arthur sorriu e me olhou com ternura.

-Posso te falar uma coisa? - perguntou.

Assenti.

-Eu quero estar com você, hoje e sempre - ele disse.

Abri um sorriso envergonhado.

-Ficaremos juntos, hoje e sempre - eu disse.

O encarei.

Não havia dúvidas que eu pertenciam inteiramente aquele homem.

-Minha Elizabeth.

CASAMENTO DE FACHADA: HERDEIROSOnde histórias criam vida. Descubra agora