Caminhamos lado a lado pela empresa sob o olhar curioso de todos os funcionários. Alguns cochichavam entre si e nos olhavam logo em seguida, enquanto alguns evitavam nos olhar.
Ao sairmos do prédio, novamente uma onda de repórteres nos abordou.
-A quanto tempo estão juntos? - perguntou um repórter.
-Como conseguiu convencer o Morais a se casar com você? - alguém gritou.
-Pensam em ter filhos?
-Vão unir as empresas?
Arthur me protegia com os braços e me colocou cuidadosamente dentro do carro.
-Até quando isso vai durar? - perguntou, pensativo.
Encarei o trânsito e aquilo continuou martelando na minha cabeça. Eu gostava de Arthur, tinha consciência dos meus próprios sentimentos com relação a ele, mas e se fosse outra pessoa? E se eu não tivesse gostado dele? Como seria minha vida no meio dessa bagunça?
Minha cabeça estava dívida entre amar a oportunidade de conhecer Arthur melhor e o fato de tudo isso ser um casamento por contrato.
-Chegamos - Arthur me chamou, me desprendendo dos meus pensamentos.
Encarei a fachada do restaurante e sorri.
-Que bom, minha barriga está roncando de fome - eu fiz um drama.
Ele sorriu.
-Vamos alimentar o meu dragão - falou saindo do carro.
-O que foi que você disse? - eu disse batendo a porta do automóvel.
Ele riu e se aproximou para apertar as minhas bochechas.
-Eu já disse que você fica fofa quando está brava? - falou.
Fui nocauteada completamente de surpresa. Não esperava por aquilo.
-Oh, mas nada supera essa sua cara de vergonha - Arthur abriu um sorriso malicioso.
Dei um soco em sua barriga e sai andando rápido. Era vergonha demais para uma pobre mulher aguentar.
Obviamente ele me alcançou facilmente e segurou a minha mão.
-Me espera, namorada - falou.
-Já conversamos sobre isso - eu disse, tentando parecer ameaçadora.
-Não me faça agarra-la na frente desse restaurante - disse com aquela voz sedutora.
Fingir ignorar ele, pois sabia que suas palavras eram uma ameaça real.
O lugar não era chique, o que era estranho, pois Arthur tinha uma aspecto mimado e eu não conseguia ver ele indo em um estabelecimento em que o prato mais barato custasse menos de três dígitos.
-Gostou? - ele disse com voz nervosa, logo que nos acomodamos a mesa.
-Sim, parece ser um lugar excelente - eu disse.
Ele abriu um sorriso modesto, mas parecia muito contente com a resposta.
-Só não esperava um encontro assim com você - confidenciei.
-Então estamos em um encontro? - perguntou.
Droga. Eu tinha me colocado na armadilha.
-Nós sempre estamos em encontros, não é esse o acordo? - tentei me esquivar.
Ele sorriu, porém parecia triste com a resposta.
-Esse acordo te incomoda, né?
Balancei a cabeça.
-Passei minha vida toda com meu pai me controlando - comecei a lhe contar. - Então sinto que mais uma vez estou fazendo as coisas como ele quer.
O pior de tudo é que eu tinha um sentimento em meio peito que me dizia que havia mais por trás daquela história. Não era algo tão simples assim e sinto que meu pai me esconde as coisas.
-Se não fosse por esse acordo, acha que estaríamos juntos? - perguntou.
Arthur encarava o cardápio e evitava contato visual, mas percebi que estava ansioso.
-Não sei lhe dizer - falei sinceramente. - Eu tinha uma visão completamente diferente de você.
-Não a culpo - falou depois de um suspiro.
Olhei para ele atentamente.
-Você deveria investir mais em sua imagem, deveria deixar que as pessoas soubesse quem é o verdadeiro Arthur Morais - falei.
-E quem é Arthur Morais para você? - finalmente seus olhos pousaram nos meus.
-Um homem incrível - não cedi a essa troca intensa de olhares.
Ele abriu aquele sorriso perfeito e soltou uma doce risada.
-Que bom que minha NAMORADA pensa isso de mim - destacou a palavra bem descaradamente.
Eu fingi estar brava, mas não consegui conter um sorriso.
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CASAMENTO DE FACHADA: HERDEIROS
Romance(NOVA CAPA); Créditos da capa para: @Baby-Blue-Galaxy Elizabeth Hamons e Arthur Morais são os herdeiros perfeitos. Ambos tem a mesma ambição: conquistar a aprovação de seus pais e serem os responsáveis pelas suas respectivas empresa. No entanto, s...