Capítulo 52

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Antes que eu pudesse pensar em meus atos, minha mão já estava cravada nos cabelos daquela mulher e eu a puxava de perto de Arthur.

-Poderia, por favor, sair de cima do meu namorado? - perguntei em tom ríspido.

Ela se recompôs com um sorriso irônico.

-Vocês terminaram, sua piranha- ela falou com sarcasmo.

Meu punho se fechou e Arthur me puxou para perto dele, o dedos delicadamente entrelaçados em meu pulso.

-Ela não compensa - ele sussurrou em meu ouvido.

Em segui se colocou na minha frente.

-Eu quero distância de você e espero não me encontrar novamente contigo - ele disse.

A mulher virou o copo de bebida e no mesmo instante Ian e Debie se aproximaram.

-Você me deve - Emanuela começou a falar. - Você atropelou a minha irmã, então não venha bancar o inocente, você nos deve e muito.

Arthur se preparou para falar algo, mas Ian se intrometeu.

-Chega - falou Ian em tom autoritário.

Emanuela o encarou assustada.

-Quem atropelou sua irmã fui eu - falou o rapaz. - Então para de encher o saco do Arthur, ele só tentou me ajudar. Me sinto culpado o suficiente esse tempo todo, mas não posso deixar que continuem tratando ele dessa forma só porque ele tem dinheiro.

Eu não estava surpresa, pois já desconfiava que poderia ser Ian. Debie também pareceu ter conhecimento da história. Arthur o encarou surpreso, talvez não estivesse esperando essa reação. Mas Emanuela... ah!... Essa ficou com a cara pálida.

-Como... como assim? - perguntou, trêmula.

-Eu não sou de família rica e um acidente desses com certeza me levaria para a cadeia - falou. - Sei que mereço mesmo, pois o que fiz não foi certo, mesmo que não tenha sido intencional. Arthur só não queria me ver perdendo a bolsa da faculdade e por isso assumiu a culpa. Mas fui eu... Tudo eu..

O assunto realmente abalava Ian, isso ficou bem explicito, pois ele tremia em demasiado.

-Ian - Debie segurou sua mão e sorriu, orgulhosa.

Ele a olhou e retribuiu o carinho, em seguida voltou a olhar para Arthur.

-Meu amigo, eu sei o mal que te causei com essa história... Você passou esses anos todos sendo chamado de irresponsável por seu pai por minha causa... E nem todos os anos de serviço ao seu lado vão ser suficientes para pagar o que fez por mim - ele falou. - Eu não teria condições de bancar o tratamento dela...

-Pare - Arthur o interrompeu. - Não fiz isso pelo seu agradecimento, fiz isso porque você é meu irmão.

Arthur o puxou para um abraço e o rapaz começou a chorar.

-Como... mas... Elena - Emanuela balbuciava aleatoriamente e encarava o chão.

Os rapazes se separaram e Arthur encarou Emanuela.

-Não importa quem provocou o acidente ou não - falou. - Sempre fui atencioso com sua irmã e nunca lhe deixei faltar nada, fiz tudo de coração... até mesmo te receber como funcionária em minha casa... Mas a partir do momento que você desrespeita a minha mulher, isso me ofende. E eu não aceito que a chame de piranha - sua voz era dura e até mesmo eu fiquei com medo.

Emanuela não o encarou e saiu correndo embora, confesso que rezei mentalmente para que eu nunca mais a visse.

Arthur se virou para mim.

-Tudo bem? - perguntou.

Balancei a cabeça e o abracei. Recostei minha cabeça em seu ombro e ele me envolveu em seus braços.

-Vamos para casa? - perguntei.

-E sua boate? - questionou com preocupação.

-A gerente da conta - sorri em seu peito.

-Então sim, vamos para a nossa casa - sussurrou em meu ouvido de forma graciosa.

CASAMENTO DE FACHADA: HERDEIROSOnde histórias criam vida. Descubra agora