Capítulo 31

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Débora se sentou entre eu e minha mãe.

-Cadê o Ian? - perguntei sussurrando.

Ela deu de ombros.

-No inferno, provavelmente - ela disse com uma ira nos olhos.

Meu pai nos repreendia com o olhar.

-Meninas, espero que se comportem - ele falou.

-É só sua mulher não abrir a boca para falar merda, que a gente fica numa boa - respondeu Débora rispidamente.

Minha mãe segurou a mão de Débora e sorriu para ela.

-Enfim, cadê o almoço? - perguntou Arthur, tentando amenizar o clima.

Devanir conversava algo com a irmã de Arthur, mas senhora Cristiane nos encarava com um olhar bem analítico.

-Oh, o almoço já vem, vamos nos conhecer primeiro já que seremos uma só família- falou minha madrasta.

Eu a olhei e revirei meus olhos.

Seu interesse era só seu nome associado a uma das maiores famílias do país. Por ela, quem estaria se casando era seu filho e não eu. Ela sabe o que essa união significa, eu agora poderia ter o apoio dos acionistas.

-E então, como andam os preparativos para o casamento? - perguntou a mãe de Arthur.

-Boas - eu disse, não fazendo a mínima ideia de como estavam os preparativos.

-Oh, estou tão ansiosa para esse evento - disse minha mãe dando palminhas.

Debie revirou os olhos.

-Ótimo, a princesinha irá se casar - debochou Débora.

-Debie - falei a repreendendo.

Ela me olhou de um jeito que não consegui entender.

-O que deu em você? - perguntei, com meu olhar duro.

Se ela queria agir igual uma criança, que agisse, mas também deveria suportar que a tratassemos como uma criança.

-Se ia vir para agir assim, deveria ter ficado em casa - cuspi as palavras.

Ela riu sem humor.

-Você ficaria feliz com toda a atenção só para você, né? - perguntou.

-Debora, eu espero que tenha uma explicação muito boa para estar agindo assim comigo - falei. - Porque se é assim que me considera, então prefiro que nem converse comigo.

Me levantei e sentei do outro lado de Arthur.

Todos nos encaravam e minha madastra me olhava com um sorriso estampada em seus lábios.

-As irmãs unidas estão passando por problemas - ela disse em um falso tom de preocupação. - Não fiquem assim meninas, vocês são sempre tão unidas.

Meu meio irmão levou o copo até a boca e sorriu.

-Eu avisei, Eliz, que você sempre defendia a pessoa errada - ele falou. - Ela nunca nem de importou com você.

Debie deu um soco na mesa e olhou com fúria em direção ao rapaz.

-Seria perfeito para você, né? Mas ter o apoio da Eliz não te levaria a presidência, meu caro - ela bravejou.

Felipe riu ironicamente.

-Cheguem - falou meu pai, sério. - Os três.

Eu levantei os braços como se não tivesse nenhum envolvimento com aquela discussão.

-Vamos aproveitar esse almoço como uma família normal - disse meu pai.

-Ai é que está, senhor Sérgio, não somos normais - falou Debie.

-Debora, chame-o de pai - repreende minha madrasta.

Minha irmã riu sem humor.

-E você eu chamo de que? - Debie começou a dizer, mas minha mãe a segurou.

Débora ficou quieta, mas deu para notar que isso não tinha diminuído a ira dela, muito pelo contrário.

CASAMENTO DE FACHADA: HERDEIROSOnde histórias criam vida. Descubra agora