Capítulo 26

12.4K 984 25
                                    

O caminho de volta para casa foi tranquilo e ficamos ouvindo música.

Ao chegarmos, como sempre, ele abriu a porta do carro para que eu descesse e seguimos de mãos dadas até o elevador.

Conversamos pouco, mas ainda assim, estávamos confortáveis com aquilo.

Entramos no quarto e ficamos por um tempo em silêncio.

Eu estava sentada em uma poltrona e ele na cama. Por um momento nossos olhos se encontraram e percebi a relutância que ele tinha.

-Se você quiser, posso esperar no escritório - ele disse já se levantando. 

Aquele clima estava chato e mesmo que todo o meu orgulho estivesse querendo se manifestar.. Ainda assim, eu não queria que ficássemos daquele jeito.

-Achei que fosse tomar banho comigo - eu disse, me levantando e indo em direção ao banheiro. 

Ouvi ele se aproximar. 

-Posso? - perguntou. 

Me virei e ele estava bem próximo de mim. 

-Por que não poderia? - perguntei dando de ombros. 

Ele me puxou pela cintura e eu sorri, maliciosamente. Seus dedos apertaram minha pele  e eu senti aquele formigamento preencher cada lacuna do meu corpo. O seu calor me inundou e, quando seus lábios me tomaram, senti como se tudo fizesse sentindo novamente. 

Suas mãos subiram para a minha nuca e ele mordeu meu lábio com desejo. 

Leves faíscas desceram pelo meu corpo e eu o encarei, sedenta de mais daquilo que ele me dava aos poucos. 

Ele se afastou um pouco de mim e meus olhos se abriram procurando aonde ele havia ido.

Seu sorriso foi cheio de travessura.

-Vamos tomar um banho, noivinha - ele riu ao me puxar para o banheiro. 

Entre brincadeiras e provocações, conseguimos finalizar nossas higienes. 

Meu telefone começou a tocar assim que sai do banheiro. 

"Debie, chata" estava ligando. 

-Alô - falei assim que cliquei no botão para atender. 

-O que esta fazendo? - ela perguntou sussurrando. 

-Depende, se for para pedir um favor eu estou ocupada - falei. 

Ouvi ela bufar do outro lado da linha. 

-Vem aqui em casa, precisamos conversar - ela falou em tom normal. 

-Não quero - provoquei. 

-Não tô nem ai, vem logo - e desligou na minha cara.

Bufei e coloquei uma roupa leve.

-Vai sair? - perguntou Arthur. 

-Vou ali na Debie - eu disse e ele apenas assentiu.

Arthur me acompanhou até a sala e se sentou no sofá com o celular nas mãos.

-Oh, boa noite senhor e senhora Morais - disse Emanuela, ao surgir na cozinha. 

-Boa noite - eu disse, já saindo do apartamento. 

Assim que bati na porta de Debie, ela apareceu e me puxou para dentro do apartamento. 

-Comprei chocolate para que a gente possa fofocar - ela falou.

Eu sorri com seu suborno e me sentei ao seu lado no sofá. 

-Como foram as coisas do o Ian? - perguntei e dei uma mordicada no chocolate. 

Ela sorriu, esbanjando aqueles dentes perfeitos. 

-MA-G-NI-FI-CO - soletrou com ânimo. 

-E ai, como vai ser agora? - perguntei. 

Debie mordeu um grande pedaço do chocolate e me encarou preocupada. 

-Ele me chamou para jantar amanhã - ela sussurrou.

-Ja escolheu sua roupa? - perguntei.

Ela fechou os olhos e recostou a cabeça no sofá. Suas mãos foram para a frente do seu rosto e ela grunhiu.

-Eu quero muito ir, mas ao mesmo tempo estou com medo - falou.

-Larga de bobeira - falei em um tom mais alto.

Ela destampou o rosto e me encarou.

-Não importa de quem você gosta, o que deve levar em consideração são os seus sentimentos - falei. - Se tá afim de homem, okay, não sinta vergonhas disso... Se está afim de mulheres, menos vergonha ainda.

Seu sorriso foi fraco, porém agradecido.

-Você sempre apoia minhas loucuras, aí fica difícil manter o controle - ela disse rindo.

-É porque quero te ver bem consigo mesma - falei.

Debie se mexeu no sofá e me encarou com aquele olhar questionador.

-E você e o seu noivo - ela sorriu maliciosamente. - O que tá rolando?

Bufei.

-Nem eu sei, Debie - falei. - Do nada rolou e agora estamos nesse jogo de beija e solta.

-Você gosta dele, né? - ela falou.

-Não sei amiga, mas não quero gostar dele - confidenciei.

Seu sorriso foi bem sugestivo.

-Eu te entendo perfeitamente - falou.

-Em merda a gente foi se meter, minha irmã - eu ri e logo em seguida ela me acompanhou.

-Tudo bem, o melhor que fazemos é deixar rola - ela deu de ombros.

Nos encaramos e balançamos a cabeça.

-Acho que vou indo - falei.

Ela sorriu.

-Obrigada por ter vindo - ela disse, me levando até a porta. - Venha mais vezes.

-Sim, senhora - falei me despedindo.

CASAMENTO DE FACHADA: HERDEIROSOnde histórias criam vida. Descubra agora