O caminho de volta para casa foi tranquilo e ficamos ouvindo música.
Ao chegarmos, como sempre, ele abriu a porta do carro para que eu descesse e seguimos de mãos dadas até o elevador.
Conversamos pouco, mas ainda assim, estávamos confortáveis com aquilo.
Entramos no quarto e ficamos por um tempo em silêncio.
Eu estava sentada em uma poltrona e ele na cama. Por um momento nossos olhos se encontraram e percebi a relutância que ele tinha.
-Se você quiser, posso esperar no escritório - ele disse já se levantando.
Aquele clima estava chato e mesmo que todo o meu orgulho estivesse querendo se manifestar.. Ainda assim, eu não queria que ficássemos daquele jeito.
-Achei que fosse tomar banho comigo - eu disse, me levantando e indo em direção ao banheiro.
Ouvi ele se aproximar.
-Posso? - perguntou.
Me virei e ele estava bem próximo de mim.
-Por que não poderia? - perguntei dando de ombros.
Ele me puxou pela cintura e eu sorri, maliciosamente. Seus dedos apertaram minha pele e eu senti aquele formigamento preencher cada lacuna do meu corpo. O seu calor me inundou e, quando seus lábios me tomaram, senti como se tudo fizesse sentindo novamente.
Suas mãos subiram para a minha nuca e ele mordeu meu lábio com desejo.
Leves faíscas desceram pelo meu corpo e eu o encarei, sedenta de mais daquilo que ele me dava aos poucos.
Ele se afastou um pouco de mim e meus olhos se abriram procurando aonde ele havia ido.
Seu sorriso foi cheio de travessura.
-Vamos tomar um banho, noivinha - ele riu ao me puxar para o banheiro.
Entre brincadeiras e provocações, conseguimos finalizar nossas higienes.
Meu telefone começou a tocar assim que sai do banheiro.
"Debie, chata" estava ligando.
-Alô - falei assim que cliquei no botão para atender.
-O que esta fazendo? - ela perguntou sussurrando.
-Depende, se for para pedir um favor eu estou ocupada - falei.
Ouvi ela bufar do outro lado da linha.
-Vem aqui em casa, precisamos conversar - ela falou em tom normal.
-Não quero - provoquei.
-Não tô nem ai, vem logo - e desligou na minha cara.
Bufei e coloquei uma roupa leve.
-Vai sair? - perguntou Arthur.
-Vou ali na Debie - eu disse e ele apenas assentiu.
Arthur me acompanhou até a sala e se sentou no sofá com o celular nas mãos.
-Oh, boa noite senhor e senhora Morais - disse Emanuela, ao surgir na cozinha.
-Boa noite - eu disse, já saindo do apartamento.
Assim que bati na porta de Debie, ela apareceu e me puxou para dentro do apartamento.
-Comprei chocolate para que a gente possa fofocar - ela falou.
Eu sorri com seu suborno e me sentei ao seu lado no sofá.
-Como foram as coisas do o Ian? - perguntei e dei uma mordicada no chocolate.
Ela sorriu, esbanjando aqueles dentes perfeitos.
-MA-G-NI-FI-CO - soletrou com ânimo.
-E ai, como vai ser agora? - perguntei.
Debie mordeu um grande pedaço do chocolate e me encarou preocupada.
-Ele me chamou para jantar amanhã - ela sussurrou.
-Ja escolheu sua roupa? - perguntei.
Ela fechou os olhos e recostou a cabeça no sofá. Suas mãos foram para a frente do seu rosto e ela grunhiu.
-Eu quero muito ir, mas ao mesmo tempo estou com medo - falou.
-Larga de bobeira - falei em um tom mais alto.
Ela destampou o rosto e me encarou.
-Não importa de quem você gosta, o que deve levar em consideração são os seus sentimentos - falei. - Se tá afim de homem, okay, não sinta vergonhas disso... Se está afim de mulheres, menos vergonha ainda.
Seu sorriso foi fraco, porém agradecido.
-Você sempre apoia minhas loucuras, aí fica difícil manter o controle - ela disse rindo.
-É porque quero te ver bem consigo mesma - falei.
Debie se mexeu no sofá e me encarou com aquele olhar questionador.
-E você e o seu noivo - ela sorriu maliciosamente. - O que tá rolando?
Bufei.
-Nem eu sei, Debie - falei. - Do nada rolou e agora estamos nesse jogo de beija e solta.
-Você gosta dele, né? - ela falou.
-Não sei amiga, mas não quero gostar dele - confidenciei.
Seu sorriso foi bem sugestivo.
-Eu te entendo perfeitamente - falou.
-Em merda a gente foi se meter, minha irmã - eu ri e logo em seguida ela me acompanhou.
-Tudo bem, o melhor que fazemos é deixar rola - ela deu de ombros.
Nos encaramos e balançamos a cabeça.
-Acho que vou indo - falei.
Ela sorriu.
-Obrigada por ter vindo - ela disse, me levando até a porta. - Venha mais vezes.
-Sim, senhora - falei me despedindo.
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CASAMENTO DE FACHADA: HERDEIROS
Romance(NOVA CAPA); Créditos da capa para: @Baby-Blue-Galaxy Elizabeth Hamons e Arthur Morais são os herdeiros perfeitos. Ambos tem a mesma ambição: conquistar a aprovação de seus pais e serem os responsáveis pelas suas respectivas empresa. No entanto, s...