Eu e a mulher ficamos nos encarando por um tempo até que Arthur retornasse do quarto. Para a minha sorte, ele tinha carregado toda a minha bagagem.
-Eliz, essa é Emanoeli, a nova funcionária - ele disse.
-Emanuela, senhor - ela disse fazendo uma voz doce e uma expressão inocente. - Mas o senhor pode me chamar de Manu.
Meus olhos ficaram estreitos e eu encarei aquela falsidade que ela não tentava esconder.
-Enfim, Emanuela, - fiquei feliz por ele não optar pelo apelido - essa é minha noiva, ela é a dona da casa e ela que vai comandar tudo por aqui... Qualquer dúvida se reporte a ela.
Ele me lançou um sorriso acolhedor e eu assenti.
-Prazer, Eliz - ela falou.
-Senhor e senhora Morais, por favor - a corregi.
Percebi de relance um olhar de deboche, mas ela logo desfez e concordou com a cabeça.
-Outra coisa, - chamou Arthur - ninguém sabe desse relacionamento, então peço discrição da sua parte. Nossas famílias querem que isso permaneça em segredo.
Ele tinha que manter as aparências afinal de contas...
A mulher assentiu e vi um sorriso cauteloso em seu rosto.
-Por onde começamos? - ela perguntou.
Olhei para o relógio e já havia passado do horário do almoço.
-Podemos almoçar fora, o que acha, amor? - perguntei.
Queria deixar bem claro para aquela mulher que não deveria mexer com o que era meu. Eu não era o tipo que aceitava joguinhos.
-Por mim tudo bem, podemos passar no mercado e comprar algumas coisas para a casa - ele falou pensativo.
Abri um sorriso e peguei meu celular.
-Perfeito, então senhorita Emanuela, por favor deixe a casa organizada - falei.
Ela teria muito trabalho com aquela casa.
Arthur escolheu o maior dos apartamentos e o com mais vidros e espelhos. O trabalho que aquele local daria para limpar era surreal, mas ainda assim, ele quis algo com mais espaço.
A princípio teria que ligar com aquela mulher e se era para mostrar um pouco de respeito para ela, eu seria capaz. Se ela ficar no seu canto, eu não farei nada, mas algo me diz que ela deseja o que é meu.
-Você está bem? - Arthur perguntou antes de descermos do carro.
-Não confio naquela mulher - eu disse.
Senti que ele me estudava, mas não o olhei.
-Sinceramente? Eu também não - ele disse.
-Então por que ainda quer manter ela lá? - questionei.
Nossos olhos se encontraram e vi o quanto tinha receio ali.
-Um amigo meu da faculdade atropelou a irmã dela quando éramos mais novos - ele começou a contar. - Mas ele não tinha dinheiro na época e não tinha como arcar com aquele acidente. Então fingimos que foi eu.
-E então? - perguntei quando percebi que ele não ia continuar.
-O nome dela era Elena - falou. - Ela não sabe que não era eu e me culpa por ter.. ficado tetraplégica.
Meus olhos se arregalaram.
-Em parte eu me culpo por mentir para ela, mas não consigo dizer não a seus pedidos - falou. - Principalmente porque com o dinheiro, meu pai conseguiu arquivar o caso.
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CASAMENTO DE FACHADA: HERDEIROS
Romance(NOVA CAPA); Créditos da capa para: @Baby-Blue-Galaxy Elizabeth Hamons e Arthur Morais são os herdeiros perfeitos. Ambos tem a mesma ambição: conquistar a aprovação de seus pais e serem os responsáveis pelas suas respectivas empresa. No entanto, s...