Capítulo 32

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Por alguns minutos, os homens assumiram a conversa e tomaram toda a atenção da conversa. O assunto: negócios.

Nós, as mulheres, apenas nos limitamos a ficar quietas. Mesmo que o assunto me interessasse, eu estava irritada com o comportamento repentino de Débora.

-Você está bem? - perguntou Arthur com a boca colada na minha orelha.

Por alguns segundos eu esqueci completamente os meus problemas. O hálito quente dele sobre a minha pele tirou todos os meus sentidos.

-Liz? - ele afagou minha mão.

Suspirei, tentando me livrar de qualquer pensamento inapropriado para o momento.

-Estou só preocupada - eu disse olhando em direção a Debie.

Arthur se aproximou e novamente colou a boca na minha orelha.

-Pelo que o Ian falou, a Debie surtou do nada e saiu xingando ele - ele falou.

Debie realmente era uma pessoa sensível e não confiava tão facilmente em alguém. Então era de se esperar que dependendo do que Ian dissesse, ela poderia interpretar errado.

-Isso é algo que só vou descobrir depois, por hora, temos que passar por isso aqui - falei.

Ele olhou envolta e depois prendeu seus olhos no meu.

-Me desculpa, por ter que passar por isso - falou.

-Você não tem culpa - eu disse e sorri para ele.

Quando nos viramos para os demais, todos nós encaravam.

-Ah, vocês formam um casal tão fofo - falou minha mãe.

Ouvi Debie estalar a língua e revirar os olhos.

A irmã de Arthur sorriu.

-Fazia tempo que eu não via meu irmã tão devoto a alguma coisa - disse Amelia, sua irmã.

-Ele já se apaixonou antes? - perguntei rápido demais.

Arthur riu um pouco.

-Sim, pelo vídeo game dele - ela riu em reposta.

O senhor Devanir lhe acompanhou com uma gargalhada gostosa que preencheu todo ambiente.

-Oh, é verdade, ele ficava o dia todo entocado dentro do quarto jogando - Devanir começou a falar. - Daí depois que você deu aquela gravata para ele, do nada colocou na cabeça que queria ser um empresário.

-Gravata? - perguntei, confusa.

-Pai - gritou Arthur.

Devanir voltou a rir.

-Não era para contar? - ele continuou gargalhando.

Meu pai também ria.

-Aquela gravata ainda? - meu pai se intrometeu.

Só eu que não sabia dessa gravata?

-Qual gravata é essa? - sussurrei para ele.

Ele me olhou tristonho, mas se aproximou para me contar.

-A primeira vez que nos conhecemos foi no meu aniversário e você me deu uma gravata de presente - falou.

Aquilo veio como um lapso na minha cabeça.

-Ah, me lembro - eu disse, de repente.

-Não sei o que você disse pra ele naquela época, mas esse menino amanheceu pronto para trabalhar no dia seguinte - falou Devanir.

-Foi amor a primeira vista - Amelia cantarolou.

Olhei para Arthur meio confusa e ele parecia muito sem graça com tudo que era dito.

-Gente, por favor, né? - ele disse apenas. 

Não consegui conter a risada.

-Que fofo, você já era gamado em mim - brinquei.

Ele revirou os olhos.

-Até você? - ele disse.

-Principalmente eu - falei em tom brincalhão.

Arthur me puxou e me deu um beijo.

-Esquece o passado e foca em mim, meu amor - ele falou em tom malicioso.

Amelia fez um gesto de enjôo e todos, menos Debie e Cristiane, riram.

-Vocês dois são muito melosos - Amelia brincou.

Meu noivo passou o braço entorno da minha cintura e balançou a cabeça positivamente.

-Sim, somos - falou confiante.

Alguns garçons entraram na tenda com vários pratos e os distribuíram por toda a extensão da mesa.

-Vamos comer - disse minha madastra.

CASAMENTO DE FACHADA: HERDEIROSOnde histórias criam vida. Descubra agora