Capítulo 27

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Entrei no apartamento e notei que Arthur já não estava mais no sofá.

Peguei meu celular e fui olhar algumas notícias. Para variar, meu nome estava em todas as páginas de fofoca com diversas especulações sobre o meu envolvimento com Arthur.

Aparentemente tínhamos virado os alvos em todas as redes sociais e isso já estava esgotando meu bom humor.

Comecei a caminhar até o corredor e vi a porta do quarto aberto e com a luz acesa.

Dei alguns passos e foi então que eu ouvi a voz de Emanuela.

Me aproximei lentamente e parei no batente da porta.

As vozes saiu do escritório e ao me aproximar notei que Arthur estava quase de costas para a porta e Emanuela estava chorando na sua frente.

Seus olhos me viram de relance e ela puxou Arthur para um beijo. Sim, exatamente isso, colou seus lábios no dele.

A primeira reação dele foi de susto, em seguida o seu corpo ficou tensionado rapidamente, até por fim ele se desvencilhar daquela sucuri disfarçada de pessoa.

A primeira reação de uma mulher dos meus livros de romance era se virar e sair correndo. Mas ao contrário dos planos de Emanuela, fiquei ali parada, encarando a situação.

-Oh, senhorita Elizabeth, eu não tinha visto a senhora - disse Emanuela com aquela voz forçada e cheia de desdém.

Ela piscava constantemente, como se aquilo a fizesse um pouco mais inocente naquela história.

-Terminou com o show? - perguntei no mesmo momento que Arthur girou o pescoço..

-Liz, eu juro que não temos nada - ele falava em desespero.

Me aproximei dos dois com o meu melhor olhar inexpressivo.

-Você achou que funcionária? - perguntei a Emanuela.

Ela me encarou surpresa.

-O que? - falou assustada.

Eu ri forçadamente, mais parecia uma risada de vilã.

-Oh, nossa, nunca mais quero ver o Arthur na minha frente - eu falei com uma voz forçada e em seguida mudei meu tom para algo sério: - Era isso que esperava que eu fizesse?

Ela deu um passo para trás com os olhos arregalados.

-Liz? - Arthur perguntou em meia voz.

Eu ri novamente com aquela risada de vilã.

-Pois saiba que eu fiquei parada, assistindo de camarote o meu noivo empurrar você - eu disse. - Tudo bem que vou ter que limpar a boca dele com sabão agora, mas pelo menos eu sei que ele não queria beijar você.

-Eu... Eu... - ela gaguejava.

-Você? Você? - caminhei a passos firmes em sua direção.

A cada passo que eu dava, ela recuava outro. Até por fim encostar na parede.

-Você entende agora? - perguntei.

-O que? - ela falou em uma voz fraca.

-Não sou como as mocinhas do contos românticos, eu sou a antagonista que ferra com a vida delas - eu sorri e coloquei meu braço escorado na parede, bem ao lado de sua orelha.

Os olhos de Emanuela me estudaram por um momento.

-Me... Me desculpa - ela sussurrou.

Eu ri novamente.

-Não foi a minha boca que você sujou com esse veneno - lhe interrompi. - Suas desculpas deveriam ser para outra pessoa.

Finalmente olhei para Arthur e ele me encarava surpreso. Pude notar que havia admiração em seu rosto.

-Sai daqui Emanuela - ele falou, assumindo o tom sério. - Saia da minha casa.

-Senhor - ela chamou.

-Sai desse quarto - gritou.

E assim ela saiu correndo.


CASAMENTO DE FACHADA: HERDEIROSOnde histórias criam vida. Descubra agora