Eu estava nervosa.
Provavelmente já havia comido metade das comidas disponíveis no local. Minha pele estava áspera e minhas mãos pinicavam desesperadamente.
-Vai ficar tudo bem - dizia minha mãe com um rosto cheio de lágrimas.
Ver ela chorando não estava melhorando em nada o meu humor.
Meu pai tentava manter a calma, mas era difícil para ele. Em seus olhos dava para perceber a preocupação.
Olhei envolta procurando mais alguém, porém não tinha ninguém ali. Nem mesmo Debie tinha aguentado ficar comigo e saiu chorando igual uma criança.
Eu precisava respirar.
Respira. Respiram. Respira. Pensei, mas quanto mais eu tentava, mais difícil ficava e todo o ar em minha volta parecia desaparecer.
-Calma - minha mãe tentou me acalmar mais uma vez.
-Meu Deus, ela está pálida, vai desmaiar - falou Cristiane aparecendo na minha frente.
Meu pai a repreendeu e minha mãe me encarou com preocupação, por hora esquecendo de suas lágrimas.
-Eu estou bem - falei, finalmente.
-Vamos querida, você não pode ficar aqui muito tempo - disse Cris.
A olhei procurando algum tipo de socorro, mas não encontrei.
O jeito foi seguir seus passos pelos corredores até por fim alcançarmos a porta de entrada.
Minha cabeça girava em um turbilhão e eu realmente achava que iria desmaiar a qualquer momento. Mas então a porta se abriu e eu o vi.
Arthur estava parado no pé do altar com o rosto angustiado. Vi o alívio percorrer sua face assim que seus olhos se pousaram em mim.
Tudo fez sentindo então.
Meu nervosismo se foi e eu só estava concentrada nele. Era por ele que eu estava ali.
Caminhei pelo corredor ignorando os olhares e choros de todos ao meu redor. Minha mente só conseguia distinguir aquele sorriso.
Meu pai tentava se manter firme ao meu lado e por um momento, quando o encarei, vi algumas lágrimas brotando em seus olhos.
Ao nos aproximarmos, Arthur veio ao nosso encontro.
-Cuida bem da minha filha - meu pai disse, tentando não chorar.
-Pode deixar, senhor Hamons - falou Arthur.
Ele se virou para mim e sorriu.
-Pronta? - perguntou.
Olhei para o altar e assenti.
-Então venha... - ele sussurrou.
Eu sempre tive certeza de tudo que eu fiz na minha vida. Mas aquele momento era tudo o que eu mais queria. Seríamos um do outro e nada poderia mudar o fato de eu o amar incondicionalmente.
-Vamos - eu disse começando a fazer nosso trajeto até o padre.
-Vamos começar o nosso amanhã, Liz - falou.
Fim
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CASAMENTO DE FACHADA: HERDEIROS
Romansa(NOVA CAPA); Créditos da capa para: @Baby-Blue-Galaxy Elizabeth Hamons e Arthur Morais são os herdeiros perfeitos. Ambos tem a mesma ambição: conquistar a aprovação de seus pais e serem os responsáveis pelas suas respectivas empresa. No entanto, s...