CASAMENTO DE FACHADA: HERDEIROS

Capítulo 15

Demorei dez vezes mais tempo para me arrumar do que o habitual. 

Toda vez que eu colocava uma peça de roupa, Arthur tentava tirar ela e em alguns momentos me desconcentrava com seus beijos. 

Depois de muito esforço consegui colocar o meu vestido. 

Optei por um vestido preto de seda com as costas completamente expostas e sustentado apenas por uma alça no pescoço. Assim que me viu vestida na roupa, Arthur ficou me encarando com um olhar admirado. Quando terminei minha maquiagem notei que ele ainda me encarava. 

-Perdeu alguma coisa aqui? - perguntei. 

Ele balançou a cabeça e limpou a a garganta. 

-Você está muito linda - ele sussurrou. - Não que não fosse.. - ele parecia envergonhado. - Mas nossa.. uau... você está magnifica... 

Me aproximei dele e lhe dei um selinho. 

-Obrigada, você também esta um arraso - falei. 

Realmente ele estava um espetáculo. A combinação de calça jeans e jaqueta de couro lhe caia muito bem.  

Ele sorriu, timidamente. Não imaginei que fosse possível ver aquele homem sem graça, mas cá estava eu presenciando tal cena. 

-Vamos - falei, ao terminar de colocar meu salto. 

Ele assoviou e me analisou dos pés a cabeça. 

-Eu acho que sou o cara mais sortudo desse mundo - ele falou. 

Agora era a minha vez de ficar envergonhada. 

-Vamos - ele disse entrelaçando nossos dedos.

Ao chegarmos na sala encontramos Debie em um exuberante vestido vermelho com o modelo semelhante ao meu, porém um pouco mais coberto nos ombros. 

-Oh não, agora estamos de gêmeas é? - ela perguntou. 

-Acho que isso significa que temos um gosto parecido - falei. 

-Ótimo - ela me mostrou a língua. 

Emanuela surgiu vindo da cozinha, trajada em vestes de festa. 

-Quem é essa ai? - perguntou Debie, lavando um susto.

-Não foi ela que te recebeu? - perguntei. 

Debie balançou a cabeça negativamente. 

-Eu estou aqui tem uns cinco minutos e tenho certeza que entrei sozinha - ela falou. - Como percebi que saia algumas vozes do corredor, então fiquei esperando para não atrapalhar a transa do casal. 

Revirei meus olhos e lhe acertei um soco. 

-Você vai utilizar o quarto de serviços? - perguntou Arthur.

-Como assim? - me virei para ele.

-Ela foi contratada de forma integral, irá morar aqui e terá suas folgas nos períodos da noite e fins de semana - ele falou. - Ela tipo uma governanta. 

-Você ia me contar isso quando? - perguntei furiosa. 

-Desculpa, você já estava bem alterada hoje cedo, quis esperar um pouco mais para te contar - ele falou. 

Fuzilei ele com olhar. 

Ótimo, agora eu tinha que olhar para aquela empata foda o dia todo. 

-Posso ir com vocês? - ela perguntou baixinho. - Queria conhecer a cidade. 

Eu olhei para ela incrédula com a sua cara de pau. 

-Quer um óleo de peroba também? - perguntei.