Meu telefone começou a tocar e na tela indicava que era meu pai. Arthur gesticulou para que eu atendesse e voltou a encarar a paisagem.
-Alô - eu disse assim que coloquei o telefone no ouvido.
-Você tem reunião com em meia hora, sabe disso? - falou meu pai em um tom sério.
Eu suspirei.
Com essa mudança de cargo, eu tinha me esquecido de checar a minha agenda.
-Remarque - falei.
-Eliz - meu pai sussurrou do outro lado.
A ligação ficou um tempo em silêncio.
-Preciso que cause uma boa impressão, minha filha, só assim consigo colocar você no meu lugar - falou.
-Eu tenho algo mais importante para me concentrar agora - falei com meus olhos pousados em Arthur.
Tínhamos que ter aquele tempo só para nós. Tudo que estávamos vivendo parecia tão incoerente e falso que aquele momento estava sendo precioso para mim.
-Eliz - falou.
-Tenho que desligar, pai - falei e apertei o botão para encerrar a ligação.
Arthur se virou em minha direção e me lançou um sorriso fraco.
-Eu posso te deixar na empresa, vamos - disse ele.
-Nós íamos fugir, lembra? - o provoquei.
Finalmente um sorriso mais leve brotou em seus lábios.
-E para onde vamos agora? - perguntou.
-Já que me mostrou o seu lugar especial, posso te mostrar o meu?
Ele abriu um enorme sorriso.
-Vamos, então? - perguntou.
Arthur me ajudou descer da pedra e seguimos quietos até o automóvel. Pedi as chaves, que me foram entregues sem relutância.
Peguei a via principal e segui o caminho até o canil da cidade.
Chegando lá o veterinário veio me receber.
-Senhorita Hamons, a quanto tempo - falou.
-Ola, doutor, alguma novidade? - perguntei ao me aproximar das jaulas.
-Sempre as mesma coisas, graças a sua ajuda mês passado conseguimos comprar tudo que faltou para eles - me contou.
Bruno, o veterinário, olhou para Arthur que o cumprimentou. Logo em seguida o rapaz seguiu para dentro do escritório e nos deixou a sós.
-Então seu lugar especial é em um canil? - ele perguntou.
Balancei a cabeça.
-Eu ajudo aqui todo mês e sempre dou um jeito de acompanhar o tratamento dos cachorros - falei me abaixando para carinha a Belinha.
Belinha era a mascote do canil, muito dócil e carinhosa. Foi encontrada no meio da rua após ter sido atingida por uma moto. Foram meses de recuperação e mesmo com algumas sequelas, ela ainda era a mais animada do grupo.
-Por que um canil? - perguntou.
-Assim como a gente, eles também tem sentimentos, doenças, necessidades e tudo mais - falei. - Eu sempre tive um amor muito grande por todo o tipo de animal e me partia o coração ver eles perdidos pela rua da cidade.
Arthur suspirou ao meu lado.
-Cada dia que passa eu tenho mais certeza de que você é uma mulher incrível - ele disse.
O encarei surpresa.
Não estava esperando aquela reação.
-Você vai acabar me deixando sem graça - lhe confidenciei.
-Estou falando sério, você que não percebe como é realmente e se tranca dentro dessa fachada bruta - ele deu um passo a frente e tocou a lateral do meu rosto com a mão. - Você é perfeita, Elizabeth.
Ouvir ele dizer meu nome fez com que meus pelos se arrepiassem.
Notando meu completo ato de submissão, ele se aproximou e me deu um delicado beijo. Em seguida se abaixou e começou a fazer carinho em Belinha.
Ficamos quase uma hora brincando com alguns dos cachorros do canil e ajudamos Bruno a distribuir a ração.
Arthur parecia contente e me lançava vários sorrisos de tirar o fôlego.
Por fim, quando já estávamos suados e cansados, resolvemos ir embora para tomar um belo de um banho.
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CASAMENTO DE FACHADA: HERDEIROS
Romance(NOVA CAPA); Créditos da capa para: @Baby-Blue-Galaxy Elizabeth Hamons e Arthur Morais são os herdeiros perfeitos. Ambos tem a mesma ambição: conquistar a aprovação de seus pais e serem os responsáveis pelas suas respectivas empresa. No entanto, s...