10. ESCAPE

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¡ NARRADOR

Demetri encarou a lobisomem com os olhos em labaredas de fúria, seus pensamentos eram apenas de quebrar seu pescoço e jogar os restos para os porcos comerem. Amaldiçoou a maldita sete vezes usando o nome dos deuses gregos. Depois de finalmente Aiyra ter o beijado, de pensar que tudo iria se encaminhar entre os dois, Gwendolynn havia caído de paraquedas para estragar tudo. Mas o seu lado racional — racional, nunca bondoso — entendia a garota. Havia perdido todos por culpa de seu clã, e só restou Aiyra que está com ele. Seu medo pela ex-colega de matilha é o que qualquer um sentiria. Porém, para ele aquele não é o momento oportuno de se contar a verdade, ainda mais tendo ouvido dela que uma guerra começaria. Ele contaria a verdade, mas quando achasse que fosse o momento certo. Queria ficar com Aiyra o tempo possível até garantir que a caçada aos lobisomens chegasse ao fim, dali em diante não queria pensar o que seria.

— O que eu não sei sobre você? — Aiyra o encarou demonstrando um tanto de irritação e desconfiança. Irritação por estar como um peixe fora d'água entre os dois quase pulando na garganta um do outro, e desconfiança por não saber algo dela, logo ele que havia a ajudado tanto.

— Eu irei contar a você quando estivermos sozinha, não com essa lobisomem intrometida em nosso meio — sussurrou acariciando seu rosto. Os olhos carmesim se desviaram para a sua mais nova inimiga declarada — Isso é entre mim e ela.

— Não irei deixar que você fique sozinho com ela, não confio em você. Aiyra pode ter passado mais tempo com você do que comigo, mas eu sou muito mais confiável que você — rosnou e Demetri deu um passo a frente, sendo barrado por Aiyra.

Ao redor, as pessoas encaravam curiosas tentando entender o que acontecia. Os homens mais velhos especulavam uma possível traição, afinal para eles, por que mais uma mulher uma brigaria com o outro homem com mais outra mulher ali? Aquilo estava tomando proporções maiores, e Aiyra interviu. 

— Tudo bem, já chega os dois. Demetri irá conversar comigo a sós, Gwen.

Gwendolynn olhou diretamente nos olhos de Aiyra, tentando decifrar o interior da mulher, e depois para a forma possessiva como Demetri a segurava. Sua cabeça raciocínio a coisa mais óbvia sobre sua espécie, mesmo que se negasse a acreditar em seu  íntimo derrotado. 

— Não importa o que ele diga, você irá o perdoar. Ele é seu companheiro de alma — disse amargamente e deu-lhe as costas apressada com os olhos lacrimejando de raiva. Para ela, já estava claro que Aiyra não entraria naquela guerra. Mas ainda sim, matar o rastreador se tornou questão de honra para si. 

Demetri respirou fundo mesmo que não precisasse, por um momento pensou que  Gwendolynn revelaria toda a verdade ali. Não conseguia se imaginar sem estar ao lado de Aiyra naquele momento a mantendo segura. A lobisomem por outro lado, estava com os braços cruzados e uma expressão séria na espera da sua resposta. Em outra situação, ele diria que ela estava uma graça agindo daquele jeito sendo tão menor que ele, mas não ousaria desafiar a fúria da mulher que mesmo que não admitisse em voz alta, estava gostando. 

— Vamos sair daqui, tenho um motivo lugar para te levar.

Demetri estendeu a mão a ela, que não recusou. Queria entender o motivo de tanta raiva de Gwendolynn por ele, no seu íntimo, sentia que não é apenas por ser um frio.

O vampiro a levou para longe do vilarejo, dos olhares humanos e ouvidos sobrenaturais. Aiyra ficou boquiaberta ao ver a paisagem de uma cachoeira congelada, uma das belezas da natureza que queria ter mais tempo pra apreciar, se não precisasse dar a atenção a Demetri. 

— Então — fez um sinal para que ele falasse algo.

Ele cruzou as duas mãos e parou pensativo. Logo, o rastreador soltou a melhor mentira que conseguiu inventar em segundos.

𝕽𝖎𝖘𝖎𝖓𝖌 𝕾𝖚𝖓 || 𝕯𝖊𝖒𝖊𝖙𝖗𝖎 𝖁𝖔𝖑𝖙𝖚𝖗𝖎Onde histórias criam vida. Descubra agora