12. VOLTERRA

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DEMETRI VOLTURI

Deixar Aiyra para trás foi como uma facada em meu coração já morto, nunca pensei que sentiria uma tristeza tão grande em beijá-la uma última vez e ir embora. Se eu não tivesse saído tão rápido, eu duvido que teria realmente vindo embora. Eu nunca esperei que nós dois fosssemos chegar a aquela proporção, tão íntimos e admitindo que gostamos um do outro. Ela era apenas a lobisomem que acredito que iria me matar se o sol não tivesse nascido. Eu não deveria ter deixado as coisas chegarem aquele ponto com ela em torno de todas as coisas que acontecem em minha vida e as mentiras que tenho contado, mas não consigo mais deixá-la para trás. Já é tarde e eu não quero deixar de lado tudo isso.

Resolvi correr direto para a Volterra, eu não chegaria a tempo de volta no antigo vilarejo para seguir ao lado dos outros Volturi. Eu poderia inventar uma mentira com o nome da irmã de Ariesla, Raven. Ela sabe de certa forma que farei isso e irá me acobertar. Corri por um bom tempo, mas nada tão  demorado. A Volterra não fica longe dali. E realmente não demorou para eu avistar a Toscana e sorri com a saudade bateno no peito, eu também havia sentido falta de estar ali. Entrei em Volterra e andei em velocidade humana por conta dos outros que estavam ali. Os humanos me ofereciam comidas e outras especiariais para comprar, que recusei gentilmente. 

Avistei a Torre a onde fica o castelo Volturi, e sorri me sentindo em casa. Isso me fez pensar que preciso em breve voltar a Atenas para mais uma visita ao meu verdadeiro lar, e é claro, levar Aiyra junto.

Entrei retirando o meu capuz e segui para os lados obscuros do lugar, longe dos olhares humanos. Fui recepcionado  por um guarda baixo que nem sequer me lembro o nome, mas cumprimentei de volta com educação. Passei pelos corredores iluminados por tochas de fogo até o salão onde fica o trono dos mestres. Bati na porta e ela foi aberta por Raven que me encarou seriamente, mas piscou depois em um sinal que entendi perfeitamente. Ela sabia que eu precisaria de ajuda e faria questão disso.

— Oh, Demetri meu querido. Que saudades eu estava do nosso soldado protetor — Aro disse exageradamente se levantando do trono. Marcus estava sentado ao lado com sua típica expressão de quem não faz questão de nada.

— Mestres — fiz uma reverência em sinal de respeito.

— Onde estão os outros? — Aro olhou para os lados procurando os demais.

— Eu precisei da ajuda do rastreador com minhas próprias questões, mas foi tudo muito rápido e Caius não soube. Ele esteve nos vilarejos por perto resolvendo esses assuntos, e agora está aqui — Raven respondeu parando ao meu lado.

— Bom, não é algo que posso reclamar. Mas você deveria ter avisado Caius sobre isto, querida — Aro disse para Raven e ela fez um aceno com a cabeça em concordância, e ele me encarou — Nossos aliados se aproximam dos arredores da cidade, estão caçando para não burlarem nossas leis dentro da cidade. Teremos que marchar em breve para uma batalha. Bom, descanse de sua longa viajem, em breve estarei lhe solicitando.

Fiz uma última reverência e acenei com a cabeça para Raven, e segui para meus aposentos. Eu havia sentido falta da minha cama, mesmo que eu não a use, mas é bom apenas se deitar e ficar olhando para o teto.  Eu petrifiquei e comecei a ver a noite cair. Em breve a lua aparecia e Aiyra se tornaria uma lobisomem. Eu queria estar ao lado naquele momento de dor, mas ela está segura ao lado de Ariesla. No momento, a única coisa que tenho de protegê-la é do meu clã e não dela mesma. Aro sempre nos treinou contra ataques mentais, e isso me ajudou a driblar seu próprio poder, mas ninguém consegue ficar muito tempo escondendo tudo dele, uma hora você sempre falha e ele consegue ver tudo. Não posso deixar isso acontecer, terei de manter Aro longe de mim e dos meus pensamentos.

𝕽𝖎𝖘𝖎𝖓𝖌 𝕾𝖚𝖓 || 𝕯𝖊𝖒𝖊𝖙𝖗𝖎 𝖁𝖔𝖑𝖙𝖚𝖗𝖎Onde histórias criam vida. Descubra agora