𝕽𝖎𝖘𝖎𝖓𝖌 𝕾𝖚𝖓 || 𝕯𝖊𝖒𝖊𝖙𝖗𝖎 𝖁𝖔𝖑𝖙𝖚𝖗𝖎

14. DE VOLTA PRA VOCÊ

AIYRA TALA

FORAM LONGAS e tortuosas três semanas tendo que enfrentar a Lua Cheia, a cada momento parecia que eu nunca me acostumaria com isso. Sempre piorava de alguma forma, mas Ariesla está me ajudando. Ela disse que em uma fase tão recém-transformada, se torna bem mais difícil de eu aprender a me controlar. Eu preciso aprender a lidar com as dores e aceitar o meu descontrole, e começar a treinar mais resistência mental para chegar a perfeição. Eu senti falta de Demetri nesse tempo, bem mais do que eu esperava por conta da preocupação. Mesmo que ele tenha 200 anos e muita experiência, não consigo evitar me sentir assim. Eu quero vê-lo e me certificar que ele está bem.

Eu estava cortando os legumes ao lado de Ariesla para o cozido que faremos como almoço, quando senti meu nariz queimar com o cheiro doce de vampiro, mas eu sentia o aroma no fundo que o diferenciava de todo os outros. Canela. Demetri.

[ PHASCINATION PHASE — TWILIGHT SCORE]

Ariesla me deu um sorriso encorajador, e larguei a faca correndo lá pra fora erguendo meu vestido para não cair. Ao parar na porta, eu o vi andando a passos humanos até a casa, e sorriu assim que me viu. O sorriso mais lindo e sincero que eu já havia visto. Ele abriu os braços me esperando e corri feito uma maluca, até pular em seus braços e ele me rodou no ar rindo. Eu o apertei em meus braços com força, e inspirei o seu aroma tão delicioso.

Ele ergueu meu rosto e me beijou carinhosamente, mas com toda intensidade da falta que sentimos um do outro. Era tão bom senti-lo ali bem em meus braços, me beijando com fervor a cada vez que nossos corpos pediam mais.

— Eu senti sua falta — sussurrei contra seus lábios. Ele me abraçou mais forte e afundou o nariz no meu pescoço.

— Eu também senti — murmurou — Me sinto tão bem agora que estou com você. Você está bem?

— Não poderia estar melhor com você aqui, Demetri.

O beijei novamente com mais urgência, o beijei inúmeras  vezes só ali em toda sua boca e em todo seu rosto. Ele segurou minha mão e beijou em um gesto de carinho, e me roubou um selinho. Sua mão tocou meu rosto, e seus olhos vermelhos analisavam cada traço do meu rosto. Sorri com o carinho e fechei os olhos.

— Isso é tão bom!

Esfreguei meu rosto em sua mão, e ele voltou a me beijar. Eu não reclamaria nunca, se não fosse pelo meu estômago fazer isso por mim.

— Alguém não está tão feliz assim — brincou e acabei rindo. Demetri me colocou no chão e me abraçou forte. Era tão reconfortante.

— Você se machucou nessa batalha? — sussurrei e ele suspirou.

— Não vamos estragar este momento, depois te conto tudo. Eu prometo. Vamos. Você com certeza não almoçou ainda.

Demetri me pegou no colo e soltei um gritinho pela surpresa. Ri como uma boba e o abracei pelo pescoço. Assim que entramos na casa, apenas havia ficado o rastro de Ariesla. Eu nem havia percebido ela saindo. Ele me colocou no chão e observou o cozido que havíamos começado a fazer. Me sentei na cadeira e o observei terminando a minha comida. Ele ficava tão lindo concentrado, aquele nariz arrebitado, a boca pequena e carnuda na medida certa, os olhos ferozes.

— Como foram as luas cheias?

Pisquei saindo dos meus devaneios e sorri.