16. NATAL

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AIYRA TALA

Despertei ao sentir um ar frio bater na minha pele, e abri os olhos preguiçosamente. Meu corpo estava nu enrolado sobre um lençol, e as lembranças da noite passada vieram me fazendo sorrir como uma boba. Eu me sentia diferente, bem mais feliz e um pouco envergonhada. Eu me entreguei de corpo e alma para o meu companheiro, não havia a melhor sensação de sentir seu corpo amado de todas as formas. E eu quero me entregar de novo e de novo, sem me importar com nada, quero apenas sentir ele de novo. 

O lençol foi retirado em um movimento brusco de cima do meu corpo, e Demetri se deitou sobre mim beijando minhas costas. Seus beijos foram subindo até meu pescoço, e suas mãos fizeram cócegas na minha barriga e comecei a rir.

— Dormiu bem, meu anjo? — sussurrou me virando de frente pra ele. 

Toquei seu rosto, correndo meus dedos por cada parte da sua pele. É tão difícil acreditar que tudo isso realmente é real.

— Melhor do qualquer um, a nossa noite foi incrível. Eu tive medo que ao acordar nada disso fosse real.

— É bem real, querida. Eu estou bem aqui na sua frente. A nossa noite foi a melhor da minha existência, e é a primeira de muitas.

— Você sabe que agora não há para onde fugir de mim. Somos companheiros de alma e vamos nos casar. Terá que me aguentar por toda eternidade a partir de agora.

— Não existe outro lugar que eu quero estar que não seja do seu lado.

Seus olhos que me mostravam a sinceridade de suas palavras. Selei nossos lábios e o beijei apaixonadamente. Demetri abraçou minha cintura forte, retribuindo o meu beijo. Soltei um gritinho ao sentir ele me pegar no colo, e me levou até a banheira cheia no centro do quarto. A água estava fria como gelo, mas Demetri não pareceu se importar com isso porque ele sabe que nada disso me afeta. Ele molhou meu cabelo pra mim, e fechei os olhos ao sentir suas mãos com todo cuidado no meu cabelo, me fazia querer dormir de novo. 

— Hoje é Natal — sussurrou massageando meu cabelo — Sei que não comemorarmos, mas fiz um almoço pra você.

— Está me deixando mal acostumada — sorri.

— Nada que você não mereça, querida. Mal vejo a hora de nos casarmos.

— É o momento de começarmos os preparativos. Ariesla pode me ajudar com isso — pisquei.

Levantei-me deixando que cada gota da água escorresse pelo meu corpo, me virei e Demetri descia os olhos por toda parte da minha pele, seus olhos se escureciam a cada segundo. Algo em mim se ascendeu como brasa. Sempre seria assim toda vez que nos víssemos despidos?

Ele balançou a cabeça e desviou o olhar.

— É melhor você ir comer antes que a comida esfrie.

— Você tem razão — sorri minimamente e comecei a me vestir mesmo sem me secar.

O cheiro da comida quentinha invadiu minhas narinas e suspirei ao imaginar o gosto. Demetri é um bom cozinheiro para um vampiro, saber que ele irá cozinhar para mim por toda a eternidade é uma dádiva. Me sentei na pequena cadeira e comecei a  atacar a comida sentindo o quão deliciosa estava, nem vi a que ponto comecei a comer como um animal. Esse é o lado que odeio como uma lobisomem iniciante, nós parecemos selvagens em certas situações. Terminei a minha refeição e bebi um forte vinho antes de limpar as minhas mãos.

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